Saab, que exerce a função equivalente ao procurador-geral da República no Brasil, afirmou que a origem do ataque cibernético é atribuída à Macedônia do Norte, uma nação situada no leste europeu e parte da antiga Iugoslávia. Segundo ele, a tentativa visava manipular os dados do CNE. “Essa ação foi detida, foi evitada, mas conseguiram pausar e desacelerar, atrasaram em algumas horas a mais a leitura do boletim final dos resultados”, relatou o fiscal-geral. Além de María Corina Machado, o opositor Leopoldo López, que está foragido na Espanha, também foi mencionado como um dos principais responsáveis pelo ataque.
Maria Corina Machado, que teve sua candidatura negada pelo CNE devido a uma condenação judicial, ainda não se pronunciou sobre as acusações. O chefe do Ministério Público garantiu que os promotores estão reunindo evidências para avançar com a investigação.
Durante a coletiva, Saab insistiu que o CNE apresentará os resultados detalhados das eleições, mesa por mesa, nas próximas horas. Isso, afirmou ele, permitiria verificar a autenticidade dos resultados, comparando as atas digitais com as impressas na hora da votação e distribuídas aos fiscais da oposição e observadores.
Incidentes durante o processo eleitoral foram mínimo, de acordo com Saab. Ele mencionou 60 ocorrências, das quais 32 foram atos de destruição de material eleitoral, resultando em 17 prisões. “Essa é uma cifra extremamente pequena se considerarmos que a eleição de ontem se desenvolveu em 15,7 mil centros eleitorais com 30,2 mil máquinas de votação”, comentou.
Internacionalmente, o resultado da eleição dividiu opiniões. Alguns líderes, como os presidentes do Equador, Daniel Noboa, e da Argentina, Javier Milei, não reconheceram o resultado. Outros, como os governos da Colômbia, dos Estados Unidos e da União Europeia, não contestaram os resultados, mas solicitaram a publicação das atas para maior transparência. Países como Rússia, Bolívia, China e Cuba, no entanto, parabenizaram Maduro pela vitória sem nenhuma contestação.
O Ministério das Relações Exteriores (MRE) do Brasil declarou, em nota, que aguarda a publicação dos dados detalhados pelo CNE para garantir a transparência e legitimidade do pleito. O comunicado ressaltou a importância da soberania popular ser observada por meio da verificação imparcial dos resultados.
As eleições na Venezuela vêm sendo questionadas pela oposição e pela comunidade internacional desde 2004, embora organizações como o Centro Carter e a Missão de Observação da União Europeia não tenham apontado fraudes nas recentes apurações.