INTERNACIONAL – Palestina: Fatah e Hamas Se Unem com Outros 12 Grupos para Enfrentar Ocupação Israelense



Num marco histórico e significativo para a causa palestina, as principais organizações políticas do território, Hamas e Fatah, juntamente com outros 12 grupos, assinaram um acordo de unidade nacional. Este movimento surge como resposta direta ao conflito na Faixa de Gaza, amplamente visto por diversas organizações e nações como um genocídio. O embaixador da Palestina no Brasil, Ibrahim Alzeben, enfatizou que esta união é crucial não apenas para combater a ocupação israelense, mas também para pavimentar o caminho para a criação de um Estado da Palestina independente e soberano.

Alzeben destacou que a falta de unidade entre os grupos palestinos tem prejudicado a causa por um longo tempo. Segundo ele, embora a Jihad Islâmica tenha se posicionado contra o acordo, é saudável haver alguma oposição dentro do contexto democrático. O pacto foi formalizado em uma cerimônia em Pequim, mediada pelo ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi. Este acordo não só visa terminar as divisões internas, mas também estabelece a criação de um governo interino com a participação de todos os grupos, focado na reconstrução de Gaza e na realização de eleições gerais.

A representante chinesa, Mao Ning, comunicou que todos os grupos signatários concordaram em operar sob a estrutura da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), reconhecida como a legítima representante do povo palestino. Este é um passo significativo para a consolidação de uma frente unida e coesa na luta pela independência e direitos dos palestinos.

Ualid Rabah, presidente da Federação Árabe Palestina no Brasil, elogiou o acordo e destacou a importância da unidade como essencial para a libertação da Palestina. Ele também ressaltou que o pacto foi selado na China, uma potência que desafia o Ocidente, e mencionou que discussões também ocorreram em Moscou. Rabah vê o surgimento de um mundo multipolar, liderado por considerados “desafiantes” do status quo ocidental, como fundamental para redesenhar a questão palestina.

O acordo é um raio de esperança após anos de intensas divisões internas, que tiveram início na guerra civil palestina de 2005. Desde então, a Faixa de Gaza ficou sob controle do Hamas, enquanto a Cisjordânia permaneceu sob domínio do Fatah. Este conflito interno sempre impediu qualquer esforço significativo de unificação.

Por outro lado, o governo israelense condenou energicamente o acordo, criticando a aliança entre Fatah e Hamas. O ministro das Relações Exteriores de Israel, Israel Katz, acusou Mahmoud Abbas, líder do Fatah, de abraçar terroristas e afirmou que a segurança de Israel continuará sob controle exclusivo do país.

A declaração conjunta dos grupos palestinos reafirma o compromisso com a solução de dois Estados, defendendo um Estado independente da Palestina com Jerusalém Oriental como capital. Apoiam-se nas resoluções da ONU para garantir a integridade do território palestino e propõem uma conferência internacional mediada pela organização para incluir todos os atores influentes no conflito.

Pequim afirmou que o encontro respeita plenamente o direito internacional, conforme ressaltado pelo embaixador Alzeben. A Corte Internacional de Justiça (CIJ) recentemente considerou ilegal a ocupação israelense nos territórios palestinos, mas a decisão foi criticada pelos Estados Unidos, que argumentam que isso complica esforços para solucionar o conflito. Atualmente, mais de 700 mil israelenses vivem na Cisjordânia, distribuídos em 300 assentamentos considerados ilegais pela ONU.

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