INTERNACIONAL – Negociações do Mercosul com Canadá recomeçam em Brasília para acordo de livre comércio amid tarifas unilaterais e busca por modernização econômica.

Na última quinta-feira, 9 de outubro, o Mercosul e o Canadá reiniciaram as discussões para a formalização de um acordo de livre comércio. A reunião ocorreu no Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic) em Brasília e prossegue nesta sexta-feira, dia 10. Este encontro ocorre em um contexto desafiador, marcado pelas tarifas unilaterais impostas pela administração do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, o que tornou a necessidade de acordos comerciais mais urgentes e relevantes.

A reabertura das negociações se dá na esteira de uma visita realizada em agosto de 2025 pelo ministro de Comércio Internacional do Canadá, Maninder Sidhu. Durante essa visita, Sidhu manteve importantes diálogos com o vice-presidente e ministro do Mdic, Geraldo Alckmin, onde ambos os lados expressaram um forte interesse em intensificar a cooperação econômica, além de reativar a agenda de negociações comerciais.

De acordo com informações da Secretaria de Comércio Exterior, essa nova fase de diálogos reflete o compromisso do Mercosul em estabelecer acordos comerciais que sejam contemporâneos, equilibrados e benéficos para todas as partes envolvidas. O Mdic destacou que essas negociações seguem o modelo de acordos já concretizados, como os realizados com a União Europeia, a Associação Europeia de Livre Comércio (EFTA) e Singapura. Esses acordos anteriores têm sido fundamentais como ponto de referência para as atuais discussões, contribuindo para o fortalecimento do Mercosul como um ator relevante no cenário comercial internacional.

Os encontros reúnem agentes negociadores e equipes técnicas do Canadá, assim como representantes dos quatro países que compõem o Mercosul: Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai. O foco das discussões abrange diversos temas que incluem acesso a mercados, regras de origem, facilitação do comércio, barreiras técnicas, medidas sanitárias e fitossanitárias, além de serviços, investimentos e propriedade intelectual. Outros tópicos em pauta são os relacionados ao meio ambiente, concorrência, micro e pequenas empresas, direitos dos trabalhadores, comércio de gênero e questões que envolvem os povos indígenas.

No que diz respeito às relações comerciais entre Brasil e Canadá, os números de 2024 revelam uma corrente de comércio bilateral — a soma de exportações e importações — de 9,1 bilhões de dólares. O Canadá se destacou como um dos principais parceiros comerciais do Brasil, sendo o nono maior destino das exportações brasileiras e ocupando a 19ª posição entre os países que mais importam produtos brasileiros. As vendas realizadas em direção ao Canadá somaram 6,3 bilhões de dólares no ano passado, com produtos da indústria de transformação dominando esse volume.

As importações do Brasil provenientes do Canadá, que alcançaram 2,8 bilhões de dólares em 2024, foram majoritariamente compostas por adubos, fertilizantes químicos, motores, máquinas não elétricas e aeronaves. Essa dinâmica comercial ilustra a importância das trocas entre os dois países e a necessidade de estabelecer um marco regulatório que favoreça um comércio bilateral ainda mais robusto.

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