Joanne Deborah Chesimard, seu nome de nascimento, tornou-se figura emblemática na luta antirracista, embora sua memória seja polarizadora. Para algumas pessoas, Shakur representa a resistência e a luta pela igualdade racial; para o FBI, ela era uma “terrorista” e a primeira mulher a constar, em 2013, na lista dos mais procurados por crimes de terrorismo, com uma recompensa de dois milhões de dólares por sua captura.
Após seu falecimento, o Sindicato de Professores de Chicago prestou tributo à ativista, descrevendo-a como “uma lutadora revolucionária e uma líder da liberdade”, ressaltando sua influência contínua na luta por direitos civis. Por outro lado, o governador de Nova Jersey, Phil Murphy, expressou veementemente sua oposição a qualquer tentativa de trazer os restos mortais de Shakur de volta aos Estados Unidos, enfatizando a memória do policial assassinado no confronto.
Assata Shakur, além de fazer parte do Exército da Libertação Negra, era madrinha do rapper Tupac Shakur, e sua história esteve em constante conexão com a repressão enfrentada pelos ativistas de direitos civis nos anos 1960 e 1970. Em 1973, um tiroteio durante uma abordagem policial resultou na morte do agente Werner Foerster e do companheiro de Shakur, Zayd Shakur. Apesar de Acoli ter sido identificado como o autor dos disparos, Shakur foi condenada pelo homicídio, mesmo após evidências de que havia sido ferida e incapaz de disparar a arma.
Seus defensores argumentam que a condenação e a narrativa que a cercou foram fruto de um contexto marcado pela perseguição a líderes do movimento negro, com alegações de violação de direitos e manipulação da mídia contra ela. Assata, que se exilou em Cuba em 1984 após escapar da prisão, se tornou um símbolo de resistência e debate sobre racismo e injustiça nos Estados Unidos.
A luta pela memória de Shakur e sua relevância no ativismo contemporâneo continuam, especialmente em um período em que o debate sobre racismo e identidade histórica nos EUA se intensifica. A história de Assata Shakur destaca a batalha não apenas pela igualdade racial, mas também pela interpretação e celebração das lutas que moldaram o país.









