A escolha de Vieira para liderar a delegação brasileira se deu devido à recuperação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de uma cirurgia no quadril. Além do Brasil, também participam do encontro a Jordânia, o Catar e a Turquia. O principal tema em pauta é a crise humanitária na Faixa de Gaza, que se agrava diariamente. A população local está enfrentando dificuldades para deixar a região, uma vez que as fronteiras estão fechadas, e também sofre com a escassez de água, combustível, eletricidade e os constantes bombardeios por parte de Israel.
Dados divulgados pela Agência da ONU para Refugiados Palestinos (UNRWA) apontam que cerca de 1 milhão de pessoas foram deslocadas internamente em Gaza, sendo que aproximadamente 513 mil estão abrigadas em instalações da agência. A crise humanitária se agravou após o ataque do grupo palestino Hamas a cidades israelenses, resultando na morte de aproximadamente 1.300 pessoas e no sequestro de outras 199, de acordo com informações do governo de Israel.
A cúpula convocada pelo Egito acontece em um momento crucial, pois ocorre apenas três dias após os Estados Unidos vetarem a proposta brasileira de um cessar-fogo na região, que incluía a abertura de um corredor humanitário para atender à população civil de Gaza. No entanto, ainda há avanços na questão da ajuda humanitária. Na quinta-feira, um acordo com o Egito permitiu a entrada de 20 caminhões com suprimentos na Faixa de Gaza.
No intuito de auxiliar os brasileiros que estão na região, o ex-presidente Lula conversou por telefone com o presidente do Egito, Al Sisi. Um avião da Presidência da República está no país e aguarda autorização para repatriar aproximadamente 30 brasileiros que estão próximos à fronteira entre Gaza e o Egito. A travessia ainda não foi autorizada, mas espera-se que haja um desfecho positivo em breve.
A participação do Brasil nessa cúpula internacional demonstra o interesse do país em contribuir para a solução do conflito e para amenizar o sofrimento da população de Gaza. O encontro representa uma oportunidade de diálogo e busca por soluções humanitárias que possam aliviar o impacto da guerra e garantir a segurança e os direitos da população civil na região.