INTERNACIONAL – Ministério brasileiro rechaça ataques de vice-secretário dos EUA e defende soberania do país diante de críticas ao sistema judiciário. Tensão nas relações aumenta.

O Ministério das Relações Exteriores do Brasil e a Secretaria de Relações Institucionais emitiram uma resposta contundente às recentes declarações do vice-secretário do Departamento de Estado dos Estados Unidos, Christopher Landau. Em suas postagens, Landau criticou o sistema judiciário brasileiro, afirmando que um ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) agiu como um “usurpador de poder ditatorial” ao ameaçar líderes de outros poderes.

A nota divulgada pelo Itamaraty caracteriza as palavras de Landau como um ataque direto não apenas à soberania brasileira, mas também à democracia do país, que recentemente resistiu a uma tentativa de golpe de Estado. A reação do governo brasileiro foi clara: as pressões externas não serão aceitas. O Itamaraty enfatizou que essa não é a primeira manifestação hostil da diplomacia americana, alertando que o Brasil continuará a se manifestar contra qualquer tentativa de ingerência nos assuntos internos do país.

A ministra de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, também se manifestou contra a postura do subsecretário de Estado, chamando suas insinuações de “arrogantes” e “gravíssimas ofensas”. Em suas declarações, ela recordou que o verdadeiro usurpador de poder em solo brasileiro foi o ex-presidente Jair Bolsonaro, e destacou que ações recentes instauradas pelo governo dos Estados Unidos, especialmente em relação ao STF, vão na contramão das boas relações históricas entre os dois países.

Gleisi reiterou que os poderes constituídos no Brasil estão em harmonia e firmes na defesa da democracia, especialmente após o ataque aos Três Poderes em 8 de janeiro de 2023. A ministra enfatizou a importância do respeito à soberania nacional, afirmando que qualquer tentativa de “restaurar uma amizade histórica” entre Brasil e EUA deve começar por esse respeito.

Landau, sem citar diretamente o ministro Alexandre de Moraes, insinuou que a situação atual provocou a deterioração das relações entre Brasil e Estados Unidos, afirmando que a negociação deve ser feita com lideranças dos poderes Executivo ou Legislativo, e não com um juiz.

Essa controvérsia se intensificou ainda mais quando o Itamaraty convocou, na última sexta-feira, o encarregado de negócios da Embaixada dos EUA no Brasil, Gabriel Escobar, para expressar a indignação sobre as postagens que ameaçavam o Judiciário brasileiro. As tensões entre as nações foram acentuadas por ações políticas e econômicas, incluindo sanções impostas aos membros da Justiça brasileira e um aumento de tarifas sobre produtos brasileiros nos Estados Unidos, tudo isso sob a justificativa de ações do STF. A crítica do governo americano, focalizando o ministro Moraes e uma suposta violação de direitos humanos, tem gerado um ambiente de conflito nas relações bilaterais.

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