Entre os presentes, destacou-se a figura do presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, que chegou ao local acompanhado da primeira-dama Janja da Silva. Em uma mensagem emocionante publicada em suas redes sociais, Lula expressou o desejo de que “a coragem, a simplicidade e o amor que marcaram a vida de Mujica continuem a nos inspirar na luta por um mundo mais justo.” O ex-presidente brasileiro fez questão de fazer o registro ao lado do caixão, rodeado por amigos próximos como o atual presidente do Uruguai, Yamandú Orsi, e a viúva de Mujica, Lucía Topolansky.
A quarta-feira anterior ao funeral foi marcada por um cortejo solene, onde o corpo de Mujica foi transportado desde a Praça Independência, em frente à Presidência da República, até o Congresso Nacional. A população foi convidada a se despedir do líder carismático até as 23h, em uma iniciativa que buscou garantir a máxima participação popular.
Pepe Mujica, que faleceu aos 89 anos em decorrência de um câncer de esôfago, será cremado em uma cerimônia privada, conforme seu desejo. As cinzas serão espalhadas na chácara onde viveu, em Rincón del Cerro, nas proximidades da capital, local que abriga o sepultamento de sua fiel companheira, a cadela Manuela. Durante sua vida, Mujica sempre cultivou um estilo de vida simples e austero, cultivando plantas e promovendo atividades que refletiam seu amor pela natureza.
Em respeito à sua memória, o então presidente em exercício do Brasil, Geraldo Alckmin, decretou luto oficial de três dias no país vizinho. Mujica, ex-guerrilheiro e figura emblemática da esquerda latino-americana, deixou um legado que será lembrado por sua luta pela igualdade e justiça social. O último encontro entre Lula e Mujica ocorreu no final do ano passado, quando o brasileiro conferiu ao ex-presidente uruguaio a Ordem do Cruzeiro do Sul, a mais alta honraria concedida a estrangeiros pelo Brasil.