Em Londres, centenas de manifestantes, identificados como pertencentes à extrema-direita, concentraram-se nas imediações de Downing Street, residência oficial do primeiro-ministro. Clamando por justiça e segurando cartazes com mensagens como “salvem as nossas crianças” e “queremos o nosso país de volta”, os manifestantes exigiam respostas e medidas das autoridades. As manifestações rapidamente se tornaram violentas, com a polícia enfrentando uma enxurrada de garrafas de vidro, latas de cerveja e sinalizadores de fumaça, que também foram lançados contra a icônica estátua de Winston Churchill na Praça do Parlamento. Ao final da noite, a Polícia Metropolitana informou que mais de 100 pessoas foram presas por diversos delitos, incluindo desordem violenta e agressão a agentes de segurança.
Em Manchester, uma grande manifestação tomou conta das ruas diante do hotel Holiday Inn, na Oldham Road. Cerca de 40 pessoas, incluindo crianças e adultos mascarados, se reuniram em um ato que, segundo o “Manchester Evening News”, parecia ser contra os requerentes de asilo que estavam alojados no local. O protesto também resultou em confrontos com a polícia e causou uma série de detenções.
Hartlepool sofreu um cenário similar, com um carro policial incendiado e oito pessoas presas após ataques com garrafas de vidro e ovos a agentes da lei. As autoridades locais relataram que uma grande multidão se concentrou em Murray Street, aumentando ainda mais a tensão na cidade.
A situação se torna ainda mais complexa devido à onda de desinformação nas redes sociais. Alegações falsas de que o suspeito do esfaqueamento seria um migrante islâmico radical inflamaram os ânimos da população. No entanto, a polícia esclareceu que o suspeito, um adolescente de 17 anos, é cidadão britânico e que o caso está sendo tratado como crime comum, sem ligação com terrorismo. Respeitando as restrições legais, as autoridades divulgaram poucos detalhes sobre o agressor, que permanece sob custódia e deve comparecer ao tribunal de magistrados de Liverpool nesta quinta-feira.
O primeiro-ministro Keir Starmer, marcado para se reunir com a polícia nesta quinta-feira (1º), reafirmou o compromisso do governo em apoiar as forças de segurança e reiterou que, embora o direito a protestos pacíficos seja fundamental, atos criminosos durante manifestações serão duramente punidos. Ele prometeu que todos os recursos necessários serão mobilizados para restaurar a ordem pública e prevenir futuras desordens.
O ataque a faca em Southport, que chocou a nação, ainda está sob investigação, com esforços concentrados em determinar todos os fatores e circunstâncias envolvidas. Enquanto isso, a comunidade britânica enfrenta um momento de profunda reflexão e busca por justiça em meio ao caos e à dor.
