Para contextualizar, Juan Guaidó, deputado da Assembleia Nacional, autoproclamou-se presidente da Venezuela em janeiro de 2019 e recebeu reconhecimento de cerca de 50 países, incluindo os Estados Unidos e vários membros da União Europeia. Maduro mencionou que estes são “os mesmos países que hoje questionam o processo eleitoral venezuelano” e acusou “a mesma ultradireita e os mesmos grupos dirigidos pelo império norte-americano” de ensaiar operações similares.
O CNE divulgou que Maduro venceu com 51,21% dos votos, contra 44% de seu principal adversário, o ex-diplomata Edmundo González, com 80% das urnas apuradas. Enquanto alguns candidatos de oposição reconheceram o resultado, González questionou a legitimidade. A líder oposicionista María Corina Machado pontuou que os adversários de Maduro tiveram acesso a 40% das atas eleitorais que, supostamente, mostrariam a vitória de González. Machado apelou às Forças Armadas para que respeitassem “a soberania popular expressada no voto”.
O CNE também denunciou um ataque cibernético que teria tentado desestabilizar a totalização dos votos, resultando em atraso no anúncio dos resultados. Tarek William Saab, o fiscal-geral da Venezuela, afirmou que o ataque foi promovido do exterior, envolvendo a líder da oposição, María Corina Machado, que deverá ser investigada.
Há uma expectativa de que o CNE publique todas as atas com os resultados eleitorais por urna. Isso permitirá verificar se as atas em poder do CNE coincidem com as distribuídas aos fiscais e observadores.
A reação internacional foi polarizada. Presidentes como Daniel Noboa, do Equador, e Javier Milei, da Argentina, não reconheceram os resultados. Governos de países como a Colômbia, Estados Unidos e membros da União Europeia não rejeitaram diretamente os resultados, mas solicitaram a publicação das atas. Por outro lado, países como Rússia, Bolívia, China e Cuba parabenizaram Maduro sem questionar a publicação das atas.
O Ministério das Relações Exteriores do Brasil declarou que aguarda a publicação dos “dados desagregados por mesa de votação” pelo CNE, mencionando que este é um passo essencial para a transparência e legitimidade do pleito. O comunicado do Brasil reforçou a importância da soberania popular e a necessidade da verificação imparcial dos resultados.
Há uma desconfiança de longa data da comunidade internacional sobre os resultados das eleições venezuelanas, especialmente desde 2004. Contudo, apesar das frequentes alegações de fraude, organizações internacionais como o Centro Carter e a Missão de Observação da União Europeia não identificaram irregularidades nas últimas votações.