INTERNACIONAL – Lula e Macron Aceleram Acordo Mercosul-União Europeia em Meio a Tarifas Comerciais dos EUA e Desafios Ambientais e Geopolíticos.

Em um cenário marcado pela recente imposição de tarifas comerciais pelos Estados Unidos, os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Emmanuel Macron, da França, firmaram nesta quarta-feira um compromisso em avançar nas negociações para a assinatura do acordo entre Mercosul e União Europeia. Trata-se de uma jornada que já se estende por mais de duas décadas, mas que ainda enfrenta barreiras, especialmente por parte da França, antes de tornar-se realidade.

Macron expressou suas preocupações em relação ao acordo, argumentando que ele não leva em consideração as exigências ambientais necessárias na produção agrícola e industrial. Por sua vez, Lula rebateu as críticas, enfatizando que a França adota uma postura protecionista em relação a seus próprios interesses agrícolas. Actualmente, como presidente do Mercosul, Lula almeja acelerar a conclusão desse acordo com a União Europeia até o fim do semestre.

Essa nova sinalização por parte de Macron se alinha com as metas do Brasil de diversificar suas parcerias comerciais e buscar maior integração com países do Sul Global. Após uma ligação que durou quase uma hora, o Palácio do Planalto divulgou que os dois líderes reiteraram seu apoio ao multilateralismo e ao livre comércio, além de reforçarem a importância da cooperação entre as nações desenvolvidas e em desenvolvimento.

O Mercosul já avançou em outras frentes, fechando acordos com a Associação Europeia de Livre Comércio (EFTA), e segue em negociações com países como Japão, Vietnã e Indonésia. Nesse contexto, Lula ainda planeja uma cúpula virtual do Brics para setembro, demonstrando um empenho em fortalecer laços com potências emergentes.

Entretanto, os recentes movimentos dos Estados Unidos, que aumentaram tarifas sobre alguns produtos brasileiros em reação a ação política interna, levantaram as vozes de especialistas que interpretam essas medidas como uma pressão sobre o Brasil e o grupo Brics. Durante a conversa com Macron, Lula denunciou a utilização de tarifas como ferramenta política e compartilhou as ações implementadas pelo governo para proteger trabalhadores e empresas brasileiras.

Por fim, a participação confirmada de Macron na COP30, conferência sobre mudanças climáticas que o Brasil sediará em Belém, marca um possível avanço nas questões ambientais. Lula criticou o aumento dos gastos militares globais, enquanto milhões ainda lutam contra a fome, destacando a importância de atender às demandas urgentes do planeta.

Assim, num quadro de tensões comerciais e diplomáticas, as conversas entre Lula e Macron refletem um esforço conjunto para encontrar soluções colaborativas que transcendam as disputas e fortaleçam a cooperação internacional.

Jornal Rede Repórter - Click e confira!


Botão Voltar ao topo