Durante uma coletiva de imprensa, Lula destacou a importância de se despedir de uma pessoa que representa um grande referencial político e moral. “O mínimo que a gente tem que fazer é se despedir das pessoas que serviram de referência para a gente, com demonstração de muita dignidade e de muito respeito”, afirmou. Esta declaração enfatiza o laço pessoal e político que existia entre os dois líderes, que compartilhavam uma visão comum sobre justiça social e democracia.
Após a coletiva em Pequim, o presidente e sua comitiva retornaram ao Brasil, com chegada prevista para a noite de quarta-feira, 14 de junho. O velório de Mujica será realizado no Palácio Legislativo de Montevidéu, marcando um momento de tristeza e homenagem para muitos uruguaios e admiradores de sua trajetória ao redor do mundo.
Ainda em solo chinês, Lula se manifestou sobre o legado de Mujica em uma nota oficial. Ele reconheceu não apenas a trajetória política do ex-presidente, mas também sua resiliência diante da opressão, uma vez que Mujica passou 12 anos preso devido à ditadura militar no Uruguai. Lula descreveu Mujica como um líder singular, fundamental para a democracia e um exemplo de dignidade e solidariedade.
O último encontro entre os dois líderes ocorreu há poucos meses, na chácara de Mujica, onde Lula teve a oportunidade de condecorá-lo com a Ordem do Cruzeiro do Sul, a mais alta honraria do Brasil destinada a cidadãos estrangeiros. Na memória de Lula, as palavras tranquilas de despedida de Mujica, quando ele afirmou “Lula, eu estou indo embora”, permanecem como um eco de sua forma serena de governar.
Como forma de luto e respeito pela figura de Mujica, o presidente interino Geraldo Alckmin decretou luto oficial de três dias no Brasil, demonstrando a relevância que o ex-presidente uruguaio teve para a política latino-americana e o impacto de sua perda na comunidade internacional. A vida e o legado de Pepe Mujica continuarão a inspirar muitos na busca por justiça social e equidade.
