Milhares de libaneses se reuniram no estádio de Beirute para se despedir de Nasrallah, que fortaleceu politicamente e militarmente o Hezbollah ao longo dos anos. O evento reuniu uma multidão também do lado de fora, vestida de preto em sinal de luto. Além de Nasrallah, o corpo de Hashem Safieddine, provável sucessor, também foi velado após ter sido morto em outro ataque aéreo.
Fontes das forças de segurança do Líbano estimaram a presença de cerca de 1 milhão de pessoas na cerimônia, que contou com a participação de personalidades de diversos países. Telas gigantes foram instaladas nas ruas para que a população pudesse acompanhar o velório e até mesmo o aeroporto de Beirute precisou ser fechado por questões de segurança.
O atual secretário-geral do Hezbollah, Naim Qassem, transmitiu uma mensagem durante a cerimônia, prometendo dar continuidade ao legado deixado por Nasrallah. Horas antes do funeral, Israel lançou ataques aéreos no sul do Líbano e enviou aviões para sobrevoar Beirute, em uma tensão crescente entre os dois países.
O professor Bruno Lima Rocha, especialista em relações internacionais, destacou a grandiosidade da cerimônia e a cobertura extensa realizada pelas TVs da região. Ele ressaltou a importância do Hezbollah na resistência contra Israel, evitando avanços do país vizinho no território libanês.
O conflito entre Israel e Hezbollah teve início após ataques do Hamas em 2023, com o grupo libanês promovendo ações em solidariedade à Gaza. Em setembro de 2024, Israel lançou bombardeios massivos contra o Líbano, resultando na morte de Nasrallah e Safieddine. O Hezbollah, apoiado pelo Irã, se destaca na luta contra a ocupação israelense no Líbano desde 1978, expulsando o país vizinho do território em 2000.