O professor de Relações Internacionais da Ibmec-RJ, José Niemeyer, destaca o apoio significativo que Harris já recebeu de influentes lideranças do partido. Entre os apoiadores estão figuras de grande relevância como Bill Clinton, Barack Obama, e Nancy Pelosi, que desempenha um papel crucial no Congresso. “Kamala deve ter a indicação confirmada como candidata”, afirma Niemeyer, reforçando a posição de Harris dentro do partido.
Adicionalmente, a governadora de Michigan, Gretchen Whitmer, que poderia ser uma rival de Harris, recentemente declarou seu apoio à vice-presidente. Através de uma rede social, Whitmer afirmou: “Vice-presidente Harris, você tem meu total apoio. Vamos vencer”. Esse apoio público de Whitmer fortalece ainda mais a candidatura de Harris dentro do Partido Democrata.
James N. Green, presidente do Conselho Diretivo do Washington Brazil Office (WBO), também opina sobre a situação, afirmando que lançar uma candidatura contra Harris, neste momento, seria mal visto e que a confirmação da vice-presidente é apenas uma formalidade. Green ressalta a importância do apoio de Biden para Harris e descreve a situação como um cenário onde qualquer oponente seria marginalizado.
A atenção do Partido Democrata agora volta-se para o nome que irá compor a chapa como vice de Kamala Harris, uma decisão crucial para mobilizar o partido. Segundo Green, a substituição de Biden por Harris reabriu o jogo eleitoral e aumentou as chances de derrotar Donald Trump nas próximas eleições. “Kamala tem a possibilidade de virar o jogo eleitoral que estava desfavorável para os democratas. Ela pode reverter essa dinâmica”, acredita Green.
No que diz respeito ao financiamento, a campanha democrata já arrecadou cerca de US$ 95 milhões, a maioria obtida enquanto Joe Biden ainda era o candidato. Os republicanos sinalizam que irão questionar a legalidade da transferência desses fundos para outra candidatura. No entanto, Green destaca que Biden pode transferir US$ 90 milhões para uma entidade independente que apoiaria a campanha de Harris, minimizando esse possível problema.
O professor José Niemeyer concorda que, legalmente, Harris pode continuar a receber as doações, visto que ela já era a vice de Biden e estava na mesma chapa. “Kamala era a única que poderia, do ponto de vista legal, receber essas doações de campanha, porque ela é vice-presidente”, explica Niemeyer.
A indicação de Kamala Harris impulsionou as doações para a campanha democrata, arrecadando cerca de US$ 50 milhões em um único dia, segundo informações da Reuters. Essa mobilização financeira demonstra o apoio significativo que Harris possui entre os eleitores democratas, reforçando seu potencial competitivo nas eleições presidenciais.