Armita foi hospitalizada há duas semanas com ferimentos na cabeça após o acidente no metrô de Teerã. Segundo relatos, Geravand entrou em coma e sua condição de morte cerebral foi confirmada pelos médicos. A adolescente está no hospital da Força Aérea, sob forte segurança, e a família não pode vê-la. O grupo Hengaw foi um dos primeiros a divulgar a hospitalização de Armita, compartilhando fotos nas redes sociais que mostravam seu estado inconsciente e necessidade de equipamentos médicos para suporte de vida.
Awyer Shekhi, funcionária da Hengaw, relatou que a polícia da moralidade abordou Armita próximo à estação de metrô e pediu que ela ajustasse o hijab. O pedido resultou em atrito e as policiais agrediram fisicamente a jovem, que caiu e sofreu traumatismo craniano.
As autoridades iranianas negam as acusações e afirmam que Armita foi hospitalizada após desmaiar devido à pressão arterial baixa. No entanto, há suspeitas de que os depoimentos de amigos e familiares da adolescente foram dados sob coação das autoridades.
Esse caso traz à memória a morte de Masha Amini, também sob custódia da polícia da moralidade. Masha foi detida por violar o código de vestuário conservador do Irã, gerando protestos no país. Em setembro, o Parlamento do Irã aprovou a “Lei do hijab”, que aumentou a repressão e pode resultar em até dez anos de prisão para quem violá-la.
Para mostrar a intensificação da repressão, as autoridades iranianas condenaram as jornalistas que registraram a morte de Masha Amini. Niloofar Hamedi foi condenada a 13 anos de prisão e Elaheh Mohammadi a 12 anos, sob acusações que incluem “cooperação com o governo hostil dos Estados Unidos” e “conluio para cometer crimes contra a segurança do país”.
Esse caso traz à tona a violação dos direitos humanos no Irã e a pressão exercida pela polícia da moralidade para impor as normas conservadoras de vestuário no país. A morte de Armita Geravand reforça a necessidade de se combater a violência e a repressão contra as mulheres no Irã.