Durante a cerimônia de abertura, Ana Toni, diretora executiva da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), enfatizou os esforços do Brasil para captar investimentos dos países desenvolvidos, fundamentais para a descarbonização global. Segundo Toni, a mobilização de recursos na ordem de 1,3 trilhão de dólares deve ser uma prioridade dos países mais ricos, que historicamente têm mais responsabilidades na emissão de gases de efeito estufa. Ela destacou ainda que a falta de financiamento adequado para os países em desenvolvimento compromete a capacidade global de lidar com as mudanças climáticas.
O Fórum, que se estenderá até terça-feira, 27 de setembro, está sendo organizado por uma coalizão de instituições da sociedade civil, incluindo o Instituto Arapyaú e o Instituto Igarapé, entre outros. Com a participação de representantes do setor público, iniciativa privada, instituições financeiras e organizações da sociedade civil, o evento busca fomentar discussões que levem à criação de ambientes regulatórios propícios para o investimento em tecnologias sustentáveis.
Entre os temas centrais a serem debatidos está a forma de financiar projetos que conectem questões climáticas e naturais à realização de desafios econômicos, gerando retorno tanto para a sociedade quanto para os investidores. Em meio a esta discussão, Marcele Oliveira, selecionada como “Campeã Climática da Juventude” pelo governo brasileiro, trouxe um ponto de vista essencial ao debate. Ela afirmou que não é possível falar sobre iniciativas como o Fundo Florestas Tropicais para Sempre sem considerar a voz e a realidade dos jovens que habitam as florestas. Para ela, os jovens devem ser parte central nas discussões sobre políticas climáticas, já que eles representam o futuro e vivem diretamente as consequências das decisões tomadas hoje.
Oliveira reforçou que qualquer discussão sobre o sistema financeiro deve ter como foco um financiamento que realmente funcione, isto é, que seja eficiente, transparente e participe ativamente da vida das comunidades locais. A necessidade de envolver as juventudes e considerar suas demandas e desafios é crucial para um progresso que não apenas aborde questões climáticas, mas que também promova justiça social e equidade.