A população de Libreville, capital do país, comemorou nas ruas após o anúncio, filmado aparentemente do palácio presidencial. Os oficiais militares informaram que Bongo, que assumiu a presidência em 2009, foi detido. Críticos do governo afirmam que a família Bongo não tem compartilhado adequadamente a riqueza do petróleo e da mineração do país com os habitantes.
Se o golpe for bem-sucedido, será o oitavo a ocorrer na África Ocidental e Central desde 2020. Reações internacionais já se manifestaram sobre o ocorrido. A primeira-ministra da França, Elisabeth Borne, disse que seu país está acompanhando a situação de perto. A França possui 350 soldados baseados no Gabão, e a presença francesa na região se torna cada vez mais incerta após a expulsão das tropas do Mali e Burkina Faso, além da revogação de acordos militares no Níger. A China e a Rússia também demonstraram preocupação e pediram estabilidade no Gabão.
A região do Sahel, onde o Gabão está localizado, tem enfrentado insurgências islâmicas que têm abalado a fé nos governos democráticos. Embora o Gabão não tenha enfrentado desafios semelhantes, um golpe representaria um retrocesso democrático em uma região já volátil.
O descontentamento contra o controle da família Bongo no poder vem crescendo no Gabão. O país é membro da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) e produz cerca de 200 mil barris de petróleo por dia. No entanto, críticos alegam que a família não tem utilizado adequadamente a riqueza para o desenvolvimento do país, e cerca de um terço da população vive em situação de pobreza.
Os militares justificam a tomada do poder alegando uma grave crise institucional, política, econômica e social no país. Até o momento, não houve um posicionamento oficial do governo do Gabão. Com as instituições estatais dissolvidas, incluindo o governo, o Senado e o Tribunal Constitucional, a população aguarda a estabilização da situação e a definição do futuro do país.