O documento, intitulado “Declaração Ministerial de Desenvolvimento do G20 para Reduzir as Desigualdades”, elaborou um plano detalhado em 20 tópicos, sublinhando ações estratégicas que poderiam ser implementadas para mitigar essas desigualdades. O texto chama a atenção para a necessidade urgente dos países e organizações internacionais abordarem essas questões, promovendo oportunidades igualitárias para todos, independente de idade, gênero, deficiência, raça, etnia, origem, religião ou condição econômica.
Os ministros defenderam que a desigualdade não só amplifica os impactos negativos de crises, mas também tem consequências a longo prazo. Entre os principais compromissos assumidos, a ênfase foi colocada no emprego produtivo e na inovação, impulsionados por uma transferência tecnológica voluntária e mutuamente acordada. Os ministros reafirmaram seu compromisso em reduzir as disparidades digitais, promover o uso inclusivo de dados para o desenvolvimento e maximizar os benefícios da inteligência artificial de maneira segura e ética.
A questão do emprego também foi amplamente debatida, com compromissos que visam ajudar os países em desenvolvimento a integrar-se melhor nas cadeias globais de valor e suprimentos, acelerando seus processos de industrialização e modernização. Os ministros reconheceram que o desenvolvimento do capital humano é vital para combater a pobreza e a desigualdade.
Outro tema crítico tratado no encontro foi a mobilização de recursos financeiros, especialmente para os países menos desenvolvidos. Os ministros sublinharam a importância de financiamento acessível e adequado, destacando os desafios para a implementação da Agenda de Ação de Adis Abeba, um acordo fundamental para o investimento em desenvolvimento sustentável. Além disso, reconheceram a importância da facilitação do desenvolvimento, distribuição e acesso equitativo a vacinas e terapias de qualidade.
O Ministério das Relações Exteriores do Brasil destacou que esta é a primeira vez em dois anos e meio que um documento foi aprovado a nível ministerial, algo não visto nas duas últimas presidências do G20 devido a controvérsias geopolíticas.
As reuniões do G20 continuam até esta terça-feira (23) no Rio de Janeiro, com uma série de encontros de alto nível programados até sexta-feira (26), incluindo o pré-lançamento da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza. O G20, que representa cerca de 85% do PIB global e dois terços da população mundial, terá o Brasil na presidência pela primeira vez desde 2008, com a Cúpula de Líderes marcada para novembro no Rio de Janeiro. Diversas reuniões preparatórias continuarão a ocorrer até lá para definir diretrizes e estratégias que moldarão as políticas globais nos próximos anos.