Para a embaixadora americana, a ausência dessas palavras fundamentais na resolução é inaceitável. Ela defende a aprovação de uma emenda apresentada pelo Canadá, que corrigiria essas omissões. Além disso, Thomas-Greenfield argumenta que a resolução da Jordânia prejudica uma solução de dois estados, uma para os palestinos e outro para os israelenses, e vai contra a integração de Israel ao Oriente Médio.
Neste contexto, a Assembleia Geral da ONU está reunida nesta sexta-feira (27) para discutir e votar a proposta de resolução sobre o conflito no Oriente Médio apresentada pela Jordânia. A resolução foi assinada por 39 países com assento no colegiado.
Enquanto os Estados Unidos criticam a proposta jordaniana, o embaixador do Egito na ONU, Osama Abdel Khaleq, defende sua aprovação. Segundo ele, a resolução pede o respeito aos direitos básicos e às normas de um conflito armado. Khaleq argumenta que manter a guerra ao invés de combater o terrorismo leva cada vez mais jovens a aderirem a ideologias extremistas.
Após os impasses no Conselho de Segurança da ONU, os países que apoiam um cessar-fogo imediato na guerra no Oriente Médio convocaram uma sessão de emergência da Assembleia Geral. É importante ressaltar que, diferente do Conselho de Segurança, onde Estados Unidos e Rússia têm poder de veto, na Assembleia Geral é necessário o voto de dois terços dos países para que um texto apresentado em caráter emergencial seja aprovado.
A resolução proposta pela Jordânia contou com o apoio de nações árabes como Arábia Saudita, Bahrein, Egito, Emirados Árabes Unidos, Iraque, Kuwait, Líbano, Qatar, Yemen e Omã, além de países como Rússia, África do Sul e Turquia, entre outros. Mesmo com a crítica dos EUA de que a resolução não menciona os reféns, o documento solicita a “libertação imediata e incondicional de todos os civis que permanecem ilegalmente mantidos em cativeiro”. Além disso, pede uma “trégua humanitária imediata, duradoura e sustentável que leve ao cessar das hostilidades” e exige cumprimento do direito internacional, acesso de civis de Gaza a bens e serviços essenciais, e a revogação da ordem de evacuação de Israel para o norte do enclave palestino. Por fim, a resolução afirma que “uma solução justa e duradoura para o conflito israelense-palestino só poderá ser alcançada de forma pacífica, de acordo com as resoluções relevantes das Nações Unidas e do direito internacional, com base na solução de dois estados”.