Foi nessa mesma data, em 1947, que a ONU recomendou a divisão da Palestina entre judeus e árabes, dando início a um conflito que dura até os dias de hoje. Apesar da criação do Estado de Israel e de diversas resoluções assembleares da ONU, cerca de 750 mil palestinos precisaram abandonar suas terras, enquanto outras 500 aldeias palestinas foram destruídas devido aos conflitos originados por essa divisão.
A data também visa à solidariedade ao povo palestino e à divulgação dos seus direitos, que muitas vezes são esquecidos ou apagados na mídia ocidental. Segundo Bernardo Kocher, professor de História da Universidade Federal Fluminense (UFF), a criação do Dia Internacional de Solidariedade ao Povo Palestino se deu por conta do apagamento da questão palestina e a solução do problema se agravou com o passar do tempo.
Além disso, a ONU criou a Agência para Refugiados Palestinos (UNRWA) em 1948 e, em virtude da questão palestina, mantém, desde 1993, um relator especial sobre direitos humanos nos territórios palestinos ocupados. Segundo Francesca Albanese, relatora especial da ONU para os territórios palestinos ocupados, em um relatório publicado em outubro deste ano, cerca de 13 mil crianças palestinas foram detidas, interrogadas e presas por forças israelenses desde o ano de 2000.
A resolução 32/40 B é um lembrete de que, apesar das tentativas de divisão da Palestina e das diversas resoluções da ONU, o conflito no Oriente Médio continua longe de uma solução. Mais do que um dia de comemoração, a data é um chamado à solidariedade e à discussão dos direitos do povo palestino.
