O enfraquecimento do partido de Nelson Mandela, que obteve 57,5% nas eleições anteriores, significa que o ANC terá que compartilhar o poder com um rival, algo inédito na história política sul-africana. Gwede Mantashe, presidente do ANC e ministro das Minas e da Energia, afirmou que estão abertos a conversar com todos os partidos para garantir a governabilidade, sem revelar com quem estavam discutindo possíveis alianças.
A votação desta semana tem sido observada com atenção, com 99,53% das urnas apuradas até o momento. O ANC lidera com 40,21%, seguido pela Aliança Democrática (DA) com 21,80%, uMkhonto we Sizwe (MK) com 14,60% e os Combatentes pela Liberdade Econômica (EFF) com 9,48%.
O líder do EFF, Julius Malema, expressou satisfação com o resultado, afirmando que o objetivo era reduzir o apoio ao ANC para menos de 50% e humilhar o partido. Ele demonstrou interesse em negociar uma coligação, mas ressaltou que o EFF não apoiaria um governo de unidade nacional, preferindo uma aliança formal.
O declínio do ANC pode ser atribuído à situação econômica do país, com estagnação, aumento do desemprego e problemas na infraestrutura. A ascensão do MK, especialmente na província de KwaZulu-Natal, contribuiu para a perda de maioria do ANC.
Analistas sugeriram a possibilidade de um governo de unidade nacional envolvendo múltiplos partidos, como uma forma de garantir estabilidade política. A Comissão Eleitoral anunciou que os resultados finais serão divulgados no domingo.
A incerteza política na África do Sul reflete a necessidade de diálogo e negociação entre os diferentes partidos para a formação de um governo eficaz e representativo. A próxima fase das negociações será decisiva para o futuro do país e a manutenção da democracia conquistada após o fim do apartheid.