INTERNACIONAL – Crise Nuclear: AIEA Convoca Reunião de Emergência Após Ataques dos EUA ao Irã e Alerta para Perigo de Proliferação de Armas Nucleares



O diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Rafael Mariano Grossi, convocou uma reunião emergencial para a manhã de segunda-feira, 23 de outubro, com a finalidade de discutir as condições das instalações nucleares no Irã, uma situação que se tornou ainda mais premente após os recentes ataques aéreos realizados pelos Estados Unidos, ocorridos na noite de sábado, 21. Grossi expressou preocupação com o estado atual do regime de não proliferação nuclear, destacando que a segurança internacional, garantida ao longo de mais de cinquenta anos, está em risco.

Os ataques norte-americanos levantam a possibilidade de um agravamento das tensões na região, o que poderia desencadear um ciclo vicioso de hostilidades. Neste cenário, o diretor-geral da AIEA enfatizou a importância das inspeções em curso no Irã, realizadas por técnicos da agência, que visam a verificação da existência de urânio em conformidade com os acordos de não proliferação. No entanto, ele salientou que, para que essas atividades possam prosseguir de forma segura, é imprescindível o cessar das hostilidades, permitindo que as equipes de inspeção acessem os locais necessários com segurança.

Entre as áreas críticas que necessitam de avaliação estão a usina de enriquecimento de urânio de Fordow, situada em um local subterrâneo, e outras instalações em Isfahan e Natanz, que são essenciais para o programa nuclear iraniano. Grossi assegurou que os inspetores têm a capacidade de avaliar possíveis danos ocorridos nos ataques, embora Teerã tenha afirmado que, até o momento, os níveis de radiação nessas localidades permanecem inalterados.

Em meio a essa tensão, o diálogo e a diplomacia se tornam mais vitais do que nunca. Durante a recente reunião do Conselho de Segurança das Nações Unidas, Grossi alertou que a falta de um entendimento pode ter consequências desastrosas para a segurança global. Ele enfatizou que a oportunidade de um retorno à negociação deve ser aproveitada, para evitar que a situação se deteriore a níveis insustentáveis, o que ameaçaria a estabilidade do regime global de não proliferação nuclear. O secretário-geral da ONU, António Guterres, também fez eco ao chamado por paz na região, ressaltando a necessidade de que Israel, Irã e Estados Unidos retornem à mesa de negociações.

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