A inclusão da previsão de eliminação dos combustíveis fósseis no documento final tem gerado divergências entre os países participantes. No primeiro rascunho, estavam previstas duas opções de texto sobre o tema, mas no novo documento divulgado nesta sexta-feira, os países apresentam quatro opções e uma indicação “sem texto”, demonstrando a falta de consenso sobre o assunto.
Além disso, o rascunho promete triplicar a capacidade de energia renovável até 2030 a nível global, com o objetivo de substituir a energia baseada em combustíveis fósseis. No entanto, as divergências persistem em relação à linguagem utilizada no documento, com alguns representantes de organizações como a The Nature Conservancy (TNC) Brasil destacando que o termo “eliminação” gera mais divergências do que convergências nas negociações.
Outros aspectos do documento também têm sido alvo de debate, como a mudança no texto sobre os subsídios aos combustíveis fósseis. Enquanto alguns defendem a eliminação total dos subsídios, a nova versão inclui a eliminação daqueles que não abordam a pobreza energética ou a transição justa.
O representante do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC), Jim Skea, reafirmou a posição do órgão sobre os combustíveis fósseis, destacando que sua utilização deve ser grandemente reduzida e, no caso do carvão, completamente eliminada. Com o aumento das emissões de gases do efeito estufa desde a Revolução Industrial, a crise climática tem se acentuado, com eventos extremos e o aumento da temperatura do planeta.
Em 2015, no Acordo de Paris, 195 países se comprometeram a combater o aquecimento global, buscando limitá-lo a 1,5ºC acima dos níveis anteriores à revolução industrial. Porém, a discussão sobre como atingir essa meta continua sendo alvo de intensos debates e divergências na COP28 em Dubai.