A comissária argumenta que a energia nuclear oferece uma alternativa viável para os desafios energéticos enfrentados pelo continente, incluindo a necessidade de mais investimentos e a fragilidade dos serviços de fornecimento de energia elétrica. Com mais de 600 milhões de pessoas na África sem acesso a fontes confiáveis de energia, Abou-Zeid destaca a necessidade de acelerar os meios de implementação e fortalecer os pilares para o desenvolvimento do setor, incluindo financiamento, tecnologias, competências e políticas.
Apesar do continente possuir quase 20% das reservas mundiais de urânio, a participação da África na produção global de eletricidade nuclear é mínima. A comissária citou o exemplo da África do Sul, que representa apenas 0,6% do consumo global da eletricidade nuclear, apesar de possuir uma central nuclear com capacidade considerável.
Abou-Zeid destacou as políticas de liderança e mobilização de recursos como parte de seu papel na comissão, incentivando os países africanos a promoverem mudanças radicais na infraestrutura continental. Além disso, ela enfatizou a importância da cooperação regional para a implementação de projetos de energia nuclear.
A comissária também ressaltou o compromisso de vários países africanos, como Egito, Nigéria, Argélia, Gana e Marrocos, em explorar fontes de energia de baixo carbono, incluindo a energia nuclear. Ela comemorou o interesse crescente desses países em investir nessa tecnologia e encorajou a busca por competências e conhecimentos especializados ao longo de toda a cadeia de valor da energia nuclear.
A 37ª Cúpula da União Africana teve início com a participação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, acompanhado por uma comitiva brasileira. No evento, Lula se dispôs a desenvolver programas educacionais na África e promover o intercâmbio entre pesquisadores e professores, colaborando para que o continente se torne independente na produção de alimentos e de energia limpa.
Mesmo com alguns problemas logísticos, a cúpula reúne os principais líderes políticos do continente africano, com a expectativa de discutir e aprovar medidas conjuntas sobre segurança regional e resposta a crises humanitárias.