INTERNACIONAL – Cobertura jornalística do conflito entre Israel e Hamas é acusada de favorecer visão pró-Israel, afirma pesquisador.



Os conflitos entre Israel e Hamas têm sido destaque nos noticiários internacionais desde o último sábado, quando o grupo islâmico Hamas atacou comunidades israelenses próximas à Faixa de Gaza. No entanto, alguns especialistas argumentam que a cobertura midiática tem sido simplista e desequilibrada, favorecendo uma visão pró-Israel e ignorando os problemas enfrentados pelos palestinos.

De acordo com o geógrafo Francisco Fernandes Ladeira, a cobertura do conflito tem se voltado apenas para um lado, criando uma visão maniqueísta do bem (Israel) contra o mal (Palestina). Além disso, ele ressalta a falta de contextualização histórica e a ênfase nas perdas humanas em Israel, enquanto as perdas em Gaza são tratadas como perdas materiais.

O professor de Relações Internacionais Bruno Huberman argumenta que há uma indignação seletiva no debate público, negligenciando o lado palestino. Ele menciona a “normalização da barbárie em Gaza” e critica a alienação ocidental em relação ao sofrimento dos palestinos.

Por outro lado, a pesquisadora Karina Stange Caladrin discorda dessa visão e defende que há diversidade de opiniões nos noticiários, com especialistas de diferentes visões sendo chamados para comentar os conflitos. Ela argumenta que justificar os ataques que causam a morte de civis é inadmissível e que a mídia não deve dar espaço para pessoas que defendem tais ideias.

Enquanto isso, organizações como os Médicos Sem Fronteiras têm denunciado a piora das condições de vida na Faixa de Gaza após os bombardeios recentes. Um coordenador da organização ressaltou os danos às instalações médicas e a privação de necessidades básicas da população.

Maurício Santoro, cientista político e professor de Relações Internacionais, destaca as condições socioeconômicas precárias em Gaza, que tornam a região um celeiro para organizações extremistas. Ele aponta as restrições impostas por Israel ao território, como controle sobre o fornecimento de água, energia elétrica e mercadorias, como instrumentos de pressão política e violações do direito humanitário.

A Faixa de Gaza tem uma alta densidade populacional e depende de ajuda internacional para alimentação. As restrições impostas por Israel dificultam o estabelecimento de comércio internacional e investimentos na região, resultando em altos níveis de vulnerabilidade socioeconômica.

Em resumo, a cobertura midiática do conflito entre Israel e Hamas tem sido alvo de críticas por simplificar e desequilibrar a visão do conflito, favorecendo Israel em detrimento dos palestinos. Enquanto isso, a situação precária em Gaza é denunciada por organizações internacionais, que enfatizam a violação do direito humanitário e as dificuldades enfrentadas pela população.

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