Durante seu discurso, Xi enfatizou que a governança global está sob ameaça, citando a persistência de uma “mentalidade da Guerra Fria”, do hegemonismo e do protecionismo como fatores que ainda assombram as relações internacionais, mesmo após 80 anos do término da Segunda Guerra Mundial e da fundação da ONU. Ele destacou que o atual cenário geopolítico é um “novo período de turbulência e transformação”, clamando por um compromisso renovado com a coexistência pacífica e a cooperação.
A proposta foi apresentada no contexto da Organização para Cooperação de Xangai (OCX), um fórum que reúne diversos países numa tentativa de fortalecer laços regionais e diluir a influência ocidental, particularmente dos EUA. A reunião acontece em um momento delicado, já que a Índia enfrenta pressões comerciais dos Estados Unidos, que impuseram tarifas severas, especialmente sob a administração de Donald Trump, em um contexto marcado por conflitos de interesse.
A reunião em Tianjin também coincide com a aproximação dos 80 anos da vitória da China na Guerra de Resistência contra o Japão, um evento de grande simbolismo nacional. Espera-se que lideranças de todo o mundo participem das festividades previstas, incluindo um desfile militar.
A proposta de Xi se baseia em cinco princípios fundamentais: igualdade soberana, respeito às normas internacionais, promoção do multilateralismo, enfoque nas pessoas e implementação de medidas concretas. O líder chinês defendeu um modelo de governança mais representativo, onde nações em desenvolvimento tenham voz e participação efetiva.
Xi também anunciou um pacote de ajuda de US$ 280 milhões para os membros da OCX, além de um empréstimo adicional para apoiar os bancos dos países membros. Essa iniciativa busca ampliar a cooperação em áreas como inteligência artificial, combate ao narcotráfico e energias renováveis.
Putin, por sua vez, mostrou apoio à iniciativa, ressaltando o crescente interesse de outros países em participar da OCX. Modi, o líder indiano, destacou a importância do evento e a oportunidade de fortalecer laços e discutir uma variedade de questões estratégicas que vão desde comércio até a segurança regional.
As interações entre Índia e China, marcadas por longas tensões fronteiriças, estão agora em uma trajetória de recuperação, com os líderes demonstrando um compromisso em melhorar as relações e focar em colaboração mútua para benefícios compartilhados. O ministério das Relações Exteriores da China expressou otimismo quanto ao futuro desse relacionamento, ressaltando que ambos os países são parceiros e não rivais, e que a paz nas fronteiras é essencial para a estabilidade regional e global.
