Em suas declarações, Browder ressaltou sua longa trajetória de ativismo, defendendo que a aplicação da lei se destina a punir indivíduos que perpetraram atrocidades ou que exercem práticas corruptas. Segundo ele, Moraes não se encaixa nos perfis almejados pela legislação, defendendo que a sua atuação não justifica a sanção imposta.
Contextualizando a trajetória de Browder, ele se enumera como o maior investidor estrangeiro na Rússia até 2005, ano em que sua entrada no país foi embargada após suas investigações sobre corrupção em empresas estatais. Sua luta ganhou um novo enfoque quando seu advogado, Sergei Magnitsky, descobriu um esquema de fraude fiscal envolvendo milhões de dólares. Após testemunhar contra os responsáveis, Magnitsky foi preso, torturado e faleceu sob custódia em 2009, momento que intensificou as atividades de Browder na promoção da Lei Magnitsky em várias partes do mundo.
Desde então, Browder almeja que esta legislação seja uma ferramenta eficaz contra a impunidade de aqueles que se aproveitam de suas posições de poder para cometer abusos e apropriações indevidas. O foco da lei é a imposição de sanções, que incluem desde o bloqueio de ativos até proibições de entrada nos Estados Unidos.
A sanção contra Moraes, implementada sob a Lei Magnitsky, decorre de seu papel na análise da tentativa de golpe de Estado no Brasil, ocorrida após as eleições de 2022, além de sua atuação em relação às plataformas digitais norte-americanas. A norma, que foi aprovada em 2012 durante o governo Obama, tem como objetivo ser um mecanismo de pressão contra aqueles que violam os princípios universais de direitos humanos. Assim, as críticas de Browder refletem um debate mais amplo sobre o alcance e a adequação do uso da Lei Magnitsky em contextos internacionais variados.