Lopes destacou que mesmo com a demora na inclusão da lista de pessoas autorizadas a cruzar a fronteira com o Egito, o Brasil conseguiu repatriar os brasileiros de forma célere e eficaz. Ele ainda enfatizou que a relação do Brasil com Israel sofreu um desgaste após um incidente envolvendo o embaixador do país no Brasil, Daniel Zonshine. No entanto, o professor acredita que a relação diplomática entre os dois países não deve sofrer uma ruptura.
O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, em entrevista à imprensa, demonstrou não conhecer Zonshine e não comentou sobre a possibilidade de convocá-lo para dar explicações sobre a reunião com o ex-presidente Jair Bolsonaro e parlamentares de direita.
Além disso, o monitor do Observatório de Política Externa e Inserção Internacional do Brasil (Opeb), Bruno Fabrício da Silva, considerou que a operação de repatriação representou uma vitória da diplomacia brasileira. Ele ressaltou que a participação direta do presidente e do corpo diplomático em negociações com as autoridades israelenses, palestinas e egípcias destaca o comprometimento do Brasil em proteger seus cidadãos em situações de conflito. Da Silva ainda indicou que o Brasil pode adotar uma postura mais assertiva para condenar os ataques de Israel.
A professora de História Árabe da Universidade de São Paulo (USP), Arlene Elizabeth Clemesh, também defendeu que o Brasil sinalize de maneira enfática que não concorda com as ações de Israel na Faixa de Gaza e na Cisjordânia. Ela defende a ruptura dos contratos militares e de segurança já firmados com Israel. Para ela, após a repatriação dos brasileiros, o governo brasileiro deve endurecer sua postura perante o conflito entre Israel e Palestina.
Nesse sentido, os especialistas concordam que a atuação brasileira perante o conflito israelo-palestino demonstra uma posição de destaque na diplomacia internacional e enfatizam a necessidade de o Brasil insistir em uma postura equidistante e coerente com seus valores éticos e morais.