O bombardeio atingiu a cidade de Al-Tabin, uma área densamente povoada da Faixa de Gaza, destruindo parte significativa da infraestrutura civil. De acordo com informações preliminares, o ataque deixou dezenas de mortos e feridos, entre eles mulheres e crianças, exacerbando ainda mais a já crítica situação humanitária no território. Em sua nota oficial, o governo brasileiro manifestou profunda solidariedade às famílias das vítimas, assim como ao governo e ao povo do Estado da Palestina, reafirmando seu compromisso com a causa palestina e o direito dos cidadãos à segurança e dignidade.
O Itamaraty não poupou críticas, condenando o ataque nos termos mais enfáticos da diplomacia internacional. O comunicado relembra que o direito internacional humanitário impõe a Israel a obrigação de atuar com base no princípio da proporcionalidade, tomando medidas necessárias para proteger a população civil nas áreas ocupadas. “O desrespeito a esse princípio tem sido recorrente nas operações militares israelenses na Faixa de Gaza nos últimos dez meses”, destacou um trecho do documento, evidenciando a persistência desse tipo de ação militar.
Além das críticas ao uso desproporcional da força, o governo brasileiro lamentou as medidas contínuas do governo israelense que contribuem para a escalada do conflito. Essas ações, segundo o Brasil, afastam ainda mais as possibilidades de uma resolução pacífica, mesmo em um cenário onde ocorrem negociações para um acordo de cessar-fogo, a libertação de reféns feitos pelo Hamas e o acesso irrestrito de auxílio humanitário a Gaza.
No mesmo comunicado, o Brasil fez um apelo urgente às partes envolvidas no conflito para a imediata e plena implementação do plano de cessar-fogo, conforme estabelecido pela Resolução 2735 do Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU) em 2024. A resolução prioritiza o diálogo e a diplomacia como caminhos para alcançar soluções justas e duradouras para o impasse em Gaza, uma abordagem que o Brasil tem defendido desde o início da escalada do conflito em outubro de 2023.
O governo brasileiro enfatizou a necessidade de um compromisso real e efetivo com a paz, reiterando sua posição de que apenas por meio do respeito ao direito internacional e do fortalecimento do diálogo será possível alcançar uma solução duradoura para a crise no Oriente Médio.