O Brasil assumiu a presidência rotativa do Conselho de Segurança da ONU em um momento de grande tensão na política internacional, buscando liderar as tentativas de alcançar um acordo para um cessar-fogo na Faixa de Gaza. Infelizmente, todas as quatro propostas de resolução sobre o conflito foram rejeitadas. A proposta articulada pelo Brasil, apesar de ter recebido a maioria dos votos, foi vetada pelos Estados Unidos, o que impede sua aprovação.
De acordo com o professor de história contemporânea da Universidade Federal Fluminense (UFF), Bernardo Rocher, a diplomacia brasileira buscou agir como um moderador, evitando tomar partido e aprofundar as tensões. Um dos principais objetivos era construir um acordo de cessar-fogo e estabelecer um corredor humanitário para a população de Gaza, que está sofrendo com os bombardeios. O Brasil foi elogiado pelo mundo árabe por agir com justiça e equilíbrio na busca por uma solução para o conflito.
No entanto, é importante destacar que as relações com Israel e os Estados Unidos foram desgastadas devido à postura independente adotada pelo Brasil. Israel exige uma total submissão ao seu ponto de vista, o que não ocorreu por parte do Brasil. Já os Estados Unidos, historicamente, não veem com bons olhos outros países assumindo a liderança em momentos como esse.
Por outro lado, o professor de Relações Internacionais da PUC-PR, Eduardo Saldanha, argumenta que a postura moderadora e imparcial do Brasil inviabiliza a negociação com Israel, uma vez que o país não considera o Hamas um grupo terrorista. Essa falta de firmeza pode ser interpretada como uma fraqueza da diplomacia brasileira, que precisa negociar diretamente com Israel para obter resultados.
Apesar das divergências, a atuação do Brasil na presidência do Conselho de Segurança da ONU foi considerada positiva por muitos especialistas. A tentativa de articular uma proposta de resolução que recebeu a maioria dos votos demonstra a habilidade da diplomacia brasileira. Além disso, essa atuação fortalece o pleito do país por um assento permanente no Conselho de Segurança, pois o Brasil é reconhecido como um agente pacificador no sistema internacional.
Em resumo, o Brasil desempenhou um importante papel de mediador e árbitro no conflito do Oriente Médio durante sua presidência do Conselho de Segurança da ONU. Buscando agir de forma imparcial e moderada, o Brasil enfrentou desafios e críticas, mas demonstrou a importância de sua diplomacia na promoção da paz.