Segundo o embaixador da África do Sul em Haia, Vizdomuzi Madonsela, as atuais ações de Israel contra o povo palestino representam a continuidade de atos perpetrados desde 1948. Ele destaca que o pedido coloca os atos e omissões genocidas de Israel no contexto mais amplo dos 75 anos de Israel, anos de apartheid, ocupação de 56 anos e cerco de 16 anos imposto à Faixa de Gaza.
Esta foi a primeira audiência do caso iniciado com a denúncia feita pela África do Sul no último dia 29 de dezembro. O pedido do país africano é para que a CIJ suspenda as ações militares de Israel em Gaza. O Brasil, através do ex-presidente Lula, apoiou a denúncia sul-africana.
Para os representantes da África do Sul, o povo palestino segue sendo deslocado de suas terras à força, em um processo de colonização iniciado com a criação do Estado de Israel. Eles afirmam que a impunidade de décadas por violações sistemáticas dos direitos humanos por parte de Israel encorajou o agravamento dos crimes internacionais na Palestina.
Além disso, os sul-africanos reconhecem que Israel pratica um regime de apartheid contra os palestinos. Citando Nelson Mandela, ícone da luta contra o apartheid na África do Sul, o governo africano fundamentou sua decisão de acionar a Corte Internacional.
Diante das acusações, a defesa de Israel chamou a denúncia de hipocrisia e acusou a África do Sul de ser representante do Hamas. Eles afirmam que a tentativa de genocídio partiu do Hamas em um ataque contra Israel.
As duas partes apresentaram suas evidências à CIJ, e o julgamento prosseguirá. A disputa entre África do Sul e Israel promete continuar atraindo atenção internacional e colocando em debate a situação dos direitos humanos na Palestina.