De acordo com representantes do Itamaraty, os pontos já estabelecidos incluem a defesa da reforma das Nações Unidas, a manutenção de relações amigáveis com os membros atuais e a proibição de apoiar sanções econômicas sem autorização da ONU. A definição dos critérios está em fase avançada de negociação e tem despertado interesse de dezenas de nações em se unir ao bloco.
O Brasil, representado na cúpula pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, adotou a postura de discutir os critérios antes de indicar possíveis candidatos a associados. O embaixador Eduardo Paes Saboia destacou a importância da representação geográfica dos novos membros e ressaltou a necessidade de defender a reforma do Conselho de Segurança da ONU.
Além dos critérios para a adesão de novos países, a cúpula também abordará a questão da redução da dependência do dólar no comércio entre os países membros, buscando alternativas ao Fundo Monetário Internacional e ao Banco Mundial. A presidência brasileira do bloco, que se inicia no próximo ano, promete dar continuidade às negociações para aumentar o uso das moedas nacionais no comércio internacional.
Com a confirmação da presença de 32 países, incluindo líderes de 24 nações, a cúpula Brics se destaca como um importante fórum de discussões econômicas e políticas. O bloco, que concentra cerca de 36% do Produto Interno Bruto global, mostra-se como uma força significativa no cenário mundial, superando até mesmo o G7 em termos de PIB.
Criado em 2006, o Brics tem evoluído ao longo dos anos e se firmado como um ator relevante nas discussões internacionais. A cúpula em Kazan promete ser mais um marco na trajetória desse bloco que busca fortalecer a sua influência e cooperação entre suas nações-membro.