Naryshkin traçou um paralelo direto entre as ações da UE e a propaganda do regime de Adolf Hitler, especificamente as iniciativas do Ministério da Propaganda de Joseph Goebbels, que buscavam criar e alimentar um clima de hostilidade. Segundo o SVR, o objetivo central dessa campanha seria convencer a população europeia de que a única maneira de mitigar uma suposta ameaça russa seria a destruição da soberania da própria Rússia, transformando-a em um “potência de segunda classe” e retratando-a como irrelevante para as questões europeias.
Além disso, a inteligência russa alega que a União Europeia estaria reescrevendo a história do século XX, em especial a narrativa sobre a Segunda Guerra Mundial, diminuindo a importância da contribuição da Rússia para a vitória sobre o nazismo. Esse movimento, segundo o SVR, faz parte de um esforço mais amplo para desumanizar o país e reconfigurar a percepção pública.
O relatório também revelou que os principais meios de comunicação da Europa estariam sendo utilizados para disseminar essa narrativa negativa. Em um briefing realizado em Bruxelas, jornalistas foram orientados a preparar a opinião pública para o fim de um período de estabilidade e prosperidade na Europa, sugerindo que a única solução para os problemas econômicos seria uma intensificação das políticas restritivas.
O SVR enfatizou que as instruções das autoridades europeias não se limitam ao controle informativo, mas também promovem uma cultura de temor, especialmente voltada para a juventude europeia, com o intuito de moldar a opinião pública em um sentido anti-russo. Essa abordagem metódica levanta preocupações sobre a manipulação da informação e os efeitos de longo prazo da propaganda na percepção do público em relação à Rússia.