Victor Kiarie, fundador da Dirah AI, destaca a importância da arquitetura sustentável, que prioriza o uso de materiais locais e a preservação da identidade cultural das comunidades. Ele afirma que as cidades africanas possuem muito a ensinar, podendo contar suas histórias através da arquitetura que remete ao passado. Kiarie aponta que os arquitetos frequentemente enfrentam dificuldades em interpretar dados climáticos. Nesse contexto, a Dirah AI entra em cena, ajudando profissionais a visualizar como integrar elementos culturais em seus projetos, mantendo a eficiência energética e o conforto ambiental.
Um aspecto notável da arquitetura africana é a forma como as manyattas—aldeias tradicionais do povo Maasai—demonstram a utilização de materiais locais para aquecimento e resfriamento passivos. Esses princípios são fundamentais para a criação de espaços urbanos mais agradáveis e sustentáveis. Além disso, Kiarie critica o que ele chama de “maquiagem verde”, onde desenvolvedores tentam embelezar projetos insustentáveis com elementos superficiais em vez de priorizar uma abordagem realmente sustentável desde o início.
A educação é apontada como um dos principais caminhos para promover uma transformação nas práticas de construção, começando pelos desenvolvedores e arquitetos e se expandindo para o público geral. A indústria da construção, responsável por 8% das emissões globais de carbono, é um campo onde a otimização dos recursos através da IA pode fazer uma diferença significativa. Kiarie sugere que as cidades africanas devem trabalhar em conjunto para treinar sistemas de IA que evitem retratar índoles negativas da África, um continente frequentemente estigmatizado.
Por último, a interação entre arquitetos tradicionais e modernos pode ser facilitada pela IA, criando um espaço onde a herança cultural e o conhecimento técnico se encontram. Essa união pode não apenas enriquecer o campo da arquitetura, mas também impulsionar a sustentabilidade em uma região em rápida urbanização e mudança.