O caso, levado à Polícia Federal através de uma notícia-crime apresentada pelo PSol, está tramitando no Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP). Na sexta-feira, 8 de novembro, Marçal prestou depoimento por mais de três horas na Superintendência Regional da PF, localizada na zona oeste da capital paulista. Durante seu depoimento, Marçal negou qualquer envolvimento direto com a fraude, alegando que a publicação do documento foi uma ação de sua equipe de campanha.
O laudo, apresentado como prova, foi submetido a análise da Polícia Técnico-Científica de São Paulo, que constatou a falsificação. De acordo com o relatório produzido pelos peritos Nicia Harumi Koga, Marina Milanello do Amaral Pais e Raphael Parisotto, a assinatura que constava no atestado não correspondia à verdadeira assinatura do médico José Roberto de Souza.
Os peritos destacaram diversas inconsistências gráficas, como a velocidade de execução da assinatura e outros elementos que divergiam da caligrafia original do médico. Tais conclusões, entregues ao delegado Emiliano da Silva Chaves Neto, do 89º Distrito Policial, foram fundamentais para sustentar o indiciamento.
Em meio a esses eventos, Guilherme Boulos prontamente registrou um boletim de ocorrência na delegacia do Morumbi, destacando os impactos negativos que a divulgação do laudo falso poderia ter causado à sua campanha. Paralelamente, a Polícia Federal avançou com a investigação para apurar todas as responsabilidades.
A defesa de Marçal argumentou no Tribunal Regional Eleitoral que a publicação do documento era uma “livre manifestação do pensamento” e alegou que o candidato não manipulou o conteúdo, apenas o divulgou. Segundo os advogados, a divulgação não prejudicou a integridade do processo eleitoral, uma vez que Boulos avançou para o segundo turno.
Este incidente ilustra as tensões e os desafios éticos enfrentados durante acirradas disputas eleitorais, levantando questões sobre os limites da propaganda política e as consequências legais de condutas que visam manipular a opinião pública. O caso permanece sob análise das autoridades judiciais, com possíveis implicações significativas para todos os envolvidos.