Henrik Adam, presidente da Eurofer, alertou que essa política tarifária pode resultar em uma queda drástica nas exportações de aço da UE, que poderiam encolher em até 3,7 milhões de toneladas. Os Estados Unidos representam o segundo maior mercado para os produtores de aço europeus, correspondendo a aproximadamente 16% das exportações totais desse setor em 2024. A associação ressalta que a perda de mercado não pode ser compensada por uma maior presença da UE em outros mercados, o que agrava ainda mais a situação.
A elevação das tarifas é vista como uma intensificação da guerra comercial iniciada durante o primeiro mandato de Trump, criando um ambiente de incerteza que já impacta as operações da indústria siderúrgica. Nos últimos anos, a sobrecapacidade global de aço, especialmente com a entrada de produtos a preços reduzidos vindos da Ásia, Norte da África e Oriente Médio, pressionou os produtores europeus. Essa situação impede investimentos necessários para uma transição mais sustentável e coloca em risco a sobrevivência de várias empresas, levando ao fechamento de fábricas e cortes de empregos.
No ano de 2024, o setor já havia registrado o fechamento de 9 milhões de toneladas de capacidade produtiva, resultando em mais de 18 mil demissões. O presidente da Eurofer enfatiza que a nova ordem executiva de Trump pode acentuar ainda mais essa tendência preocupante, empurrando a Europa para um cenário de desindustrialização no setor siderúrgico.
Com isso, o futuro da indústria do aço na UE parece incerto, indicando uma necessidade urgente de políticas que possam mitigar os impactos dessas tarifas e promover um ambiente mais competitivo e sustentável para os produtores europeus.