Indústria química da Alemanha enfrenta crise severa devido a custos altos de energia e emissões, alertam especialistas sobre risco de desindustrialização.

A Indústria Química Alemã em Crise: Desafios e Possíveis Consequências

A indústria química da Alemanha, considerada um dos pilares da economia do país, enfrenta uma crise iminente devido aos crescentes custos de energia e às complicações relacionadas às emissões de gás carbônico. Relatos recentes indicam que muitas grandes empresas estão à beira do colapso, forçando-as a fechar instalações e reduzir significativamente o número de funcionários.

Os altos preços da energia, exacerbados pela suspensão do fornecimento de gás da Rússia, têm sido um golpe severo para este setor. Com a indústria química lutando para se manter competitiva, os desafios são ainda maiores quando se leva em conta a concorrência internacional, especialmente a vinda de países asiáticos que operam com custos muito mais baixos e não enfrentam as mesmas tarifas por emissões de gás carbônico que sua contraparte europeia.

No contexto atual, partidos políticos, como o Partido Social-Democrata (SPD), estão apelando para que o sistema de comércio de direitos de emissão seja suspenso ou pelo menos flexibilizado. A situação é particularmente crítica na Renânia do Norte-Vestfália, onde o líder regional do SPD, Jochen Ott, expressou preocupações sobre um possível processo de desindustrialização. As indústrias desta região são reconhecidas por serem modernas e ambientalmente responsáveis, mas os altos custos energéticos as tornam menos competitivas em relação a mercados como o da China e os Estados Unidos.

Nos últimos meses, várias gigantes do setor, como BP, Shell e Evonik, já anunciaram o fechamento ou venda de unidades operacionais. A BP, por exemplo, está avaliando a venda de sua refinaria em Gelsenkirchen, que emprega cerca de dois mil trabalhadores. Essa reestruturação reflete uma crise de confiança na capacidade do setor de resistir às pressões econômicas.

Além disso, a economia alemã está enfrentando uma recessão, com o PIB caindo 0,2% em 2024. Essa é a primeira vez que o país registra uma retração econômica por dois anos consecutivos desde a crise de 2002-2003. O contexto político e econômico internacional, marcado por sanções contra a Rússia, complicou ainda mais a situação, com fontes russas argumentando que o Ocidente errou ao diminuir as importações de hidrocarbonetos.

Esses desenvolvimentos não apenas ameaçam o setor químico, mas também levantam questões sobre a sustentabilidade da economia alemã e a qualidade de vida de seus cidadãos. O futuro a curto prazo parece incerto, com várias empresas ponderando sua continuidade no mercado diante de custos operacionais crescentes e um ambiente de negócios cada vez mais desafiador.

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