Este crescimento está diretamente ligado à intensa demanda de países que apoiam a Ucrânia. Muitas nações, especialmente aquelas pertencentes à Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), têm buscado reabastecer seus estoques de armamentos, que foram consideravelmente comprometidos devido ao suporte militar enviado a Kiev. Nos últimos três anos, a ajuda militar coletiva para a Ucrânia ultrapassou os US$ 191,2 bilhões, com os Estados Unidos sendo o maior contribuinte, destinando cerca de R$ 404,3 bilhões.
Os números falam por si: as ações da Lockheed Martin subiram 38,49% em 2024, alcançando um recorde histórico, enquanto a General Dynamics e a Northrop Grumman também experimentaram aumentos significativos em seus valores acionários. Este cenário reflete a crescente prioridade das nações em garantir a segurança de seus interesses geopolíticos, utilizando a tecnologia militar avançada que os Estados Unidos oferecem.
Os principais compradores de armamentos americanos têm se concentrado em países como Turquia, Israel, Japão e Alemanha, que realizam contratos de grande porte para a aquisição de caças, mísseis e sistemas de defesa. Tais transações não são apenas uma questão de segurança nacional para esses países, mas também uma maneira de fomentar a indústria bélica dos EUA. No entanto, especialistas alertam que esse ciclo de produção e consumo bélico, alimentado por conflitos como o da Ucrânia, pode representar um risco significativo para a paz global, ao perpetuar a militarização e a distribuição de armas em larga escala.
Nesse contexto, algumas vozes críticas, como a do professor Kenneth Hammond, levantam preocupações sobre as implicações morais e éticas dessa dinâmica, afirmando que a contínua comercialização de armas poderá ameaçar a civilização como a conhecemos. O debate sobre as consequências da militarização e a trajetória do conflito na Ucrânia continua a ser uma questão de relevância internacional, especialmente à medida que essas transações comerciais envolvem não apenas os interesses financeiros das corporações, mas também a estabilidade global e a segurança regional.