Indígena é condenado a 19 anos por assassinato de compatriota em crime motivado por dívida de R$ 5 em Palmeira dos Índios, Alagoas.



Um júri popular realizado na última quinta-feira, 29 de setembro, na cidade de Palmeira dos Índios, Agreste de Alagoas, resultou na condenação do indígena Manoel Cícero Ferreira a 19 anos e três meses de prisão, em regime inicialmente fechado. Ele foi considerado culpado pelo homicídio qualificado de Anderson Firmino da Silva, também indígena. A decisão do júri seguiu a argumentação do Ministério Público de Alagoas, que denunciou o crime como motivado por um motivo fútil e traicionando a confiança entre os membros da mesma etnia.

O crime em questão aconteceu em uma reserva indígena, especificamente na Aldeia Fazenda Cantos, e teve como pano de fundo uma antiga rivalidade envolvendo uma dívida de apenas R$ 5,00. O promotor de Justiça responsável pelo caso, João de Sá Bomfim Filho, destacou a gravidade do incidente, ressaltando que não apenas a vida de uma pessoa foi ceifada, como também o ato gerou um clima de mal-estar nas comunidades Xukuru-Kariri, onde ambos os envolvidos pertencem.

Segundo o relato da promotoria, a situação se agravou em um encontro entre os dois homens que ocorreu após um período de discussões. Em um momento de embriaguez, após um pedido de desculpas da vítima, Anderson tentou sair de motocicleta, mas foi surpreendido por Manoel, que desferiu um golpe de faca no pescoço do colega. Apesar da gravidade da lesão, Anderson ainda conseguiu acionar socorro, mas acabaria falecendo dias depois, devido à gravidade do ferimento, conforme indicado pelo laudo do Instituto Médico Legal.

O réu negou ter a intenção de matar e apresentou uma defesa que foi considerada inconsistente pela acusação. A morte de Anderson Firmino deixou consequências devastadoras para sua família, especialmente para suas duas filhas menores de idade. A mais nova, em particular, teve uma reação profundamente traumática, recusando-se a se alimentar, já que a ausência do pai afetou sua rotina e bem-estar emocional. Anderson desempenhava um papel fundamental não apenas como provedor financeiro, mas também na criação e cuidado das crianças, o que ressalta o impacto social e psicológico que o crime causou na comunidade.

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