Nas últimas semanas, a disputa pelo comando da PGR havia se afunilado entre o nome de Gonet e o de Antônio Carlos Bigonha, ambos subprocuradores-gerais com amplo respaldo em diferentes alas políticas. Gonet conta com o apoio dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes, e também do ministro da Justiça, Flávio Dino, além de conseguir agradar integrantes do Congresso. Por outro lado, aliados do presidente contrários à sua escolha alegam um empoderamento excessivo dos ministros do STF.
Além de Gonet e Bigonha, os nomes dos subprocuradores-gerais Aurélio Rios e Luiz Augusto Santos Lima também foram cotados para o cargo, mas, segundo relatos, não empolgaram o presidente Lula. A indefinição em torno da escolha do novo chefe da PGR tem deixado um clima de expectativa no ambiente político, já que o governo busca encontrar o candidato que melhor se alinhe aos interesses do partido.
Gonet, de 62 anos, atualmente ocupa o posto de vice-procurador-geral Eleitoral e desempenhou um papel significante durante as eleições de 2022, sendo responsável por pareceres favoráveis à inelegibilidade do ex-presidente Jair Bolsonaro em julgamentos no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Com a saída de Augusto Aras em setembro, a função de chefe da PGR está sendo ocupada interinamente pela subprocuradora-geral da República Elizeta Ramos. No entanto, a demora na escolha do novo procurador-geral ainda permite que a indicação de Lula seja aprovada pelo Senado em 2023, durante as próximas semanas de trabalho legislativo antes do recesso parlamentar.
A sabatina do candidato escolhido ocorrerá na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), onde serão questionados sobre suas posições jurídicas, e o nome precisa ser aprovado tanto na CCJ como no plenário do Senado. Até o momento, nunca houve uma rejeição de nome indicado pelo presidente da República, o que mantém a expectativa em torno da decisão de Lula e do possível impacto que a escolha terá no cenário político nacional.