O Vírus Sincicial Respiratório tem sido responsável por uma parcela alarmante das infecções respiratórias no país. Segundo o mais recente boletim Infogripe da Fiocruz, o VSR representou 44% dessas infecções em 2024. A preocupação aumenta quando se observa que crianças pequenas estão sendo particularmente afetadas. Foram registrados mais de 22 mil casos de infecção pelo VSR em crianças de até dois anos, resultando em quase 200 mortes. Os idosos também estão sob risco, com 800 diagnósticos e 202 mortes, refletindo a severidade do vírus.
O imunizante em questão foi desenvolvido pela farmacêutica Pfizer, cujas pesquisas indicaram uma eficácia de 82% em prevenir formas graves do VSR em crianças de até três meses, o grupo onde a mortalidade é mais alta. A eficácia diminui ligeiramente para 69% em crianças de até seis meses. Para maximizar a proteção neonatal, a vacina é recomendada para mulheres grávidas com idade gestacional entre 24 e 36 semanas, garantindo que os bebês já nasçam imunizados. Além disso, o imunizante também é indicado para idosos, com ambos os grupos recebendo apenas uma dose única da vacina.
Adriana Ribeiro, diretora médica da Pfizer Brasil, ressaltou a robustez da pesquisa, que envolveu 7 mil gestantes e bebês em 18 centros de pesquisa ao redor do mundo, incluindo quatro no Brasil. Os resultados apontam para um perfil de segurança sólido da vacina, reforçando a expectativa de sua eficiência e segurança.
O Ministério da Saúde informou que o pedido de avaliação para a inclusão do imunizante no SUS foi submetido oficialmente pela Pfizer em 3 de julho. A análise e recomendação por parte da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec) devem ser concluídas em até 180 dias, um período que pode ser prorrogado por mais 90 dias, sendo este tempo dividido entre consulta pública e outras etapas do processo de avaliação.
Já aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em abril deste ano, a vacina contra o VSR deve estar disponível em clínicas particulares ainda neste semestre, conforme informações da Pfizer. Caso aprovada para o SUS, a vacina terá um impacto significativo, potencialmente reduzindo as hospitalizações e óbitos associados ao VSR, especialmente entre os grupos mais vulneráveis da população.
Este desenvolvimento marca um passo crucial na luta contra o Vírus Sincicial Respiratório no Brasil, oferecendo uma nova esperança para famílias e profissionais de saúde em todo o país.