De acordo com declarações de autoridades locais, como o chefe do Serviço de Prevenção e Combate a Incêndios Florestais (SPLIF) de Río Negro, Orlando Báez, a situação é crítica. A falta de recursos tem dificultado o combate eficaz às chamas, obrigando as equipes a priorizarem as áreas habitadas e abandonarem focos menos ameaçadores. Essa escolha tem sido determinante na tentativa de proteger a população local em locais como El Manso, El Bolsón e Mallín Ahogado.
A atuação emergencial das brigadas enfrenta uma crise significativa, refletindo uma subestimação da gravidade da situação por parte das autoridades provinciais e nacionais. Ambientalistas destacam que a devastação das florestas nativas na Patagônia pode levar até 200 anos para se recuperar. O evento se agrava pelo fenômeno de La Niña, que gera um clima de seca e torna a região ainda mais vulnerável a incêndios.
Além disso, as penalidades previstas na Lei de Florestas para quem desmata são consideradas insuficientes, sendo tratadas como custo operacional por algumas empresas. A introdução de espécies exóticas, como pinheiros, está sendo criticada por facilitar a propagação das chamas em comparação com as florestas nativas, que possuem maior umidade.
Com um crescente aumento do desmatamento, a Argentina se tornou um dos quinze países com maiores índices de perdas florestais no mundo, com um aumento de 10% em 2024, resultando na destruição de 150 mil hectares de florestas nativas. A previsão é de que os incêndios continuem a consumir áreas florestais até o final de março, época em que se espera um aumento na precipitação, essencial para a contenção das chamas.