Incêndio em orfanato no Haiti mata 15 crianças



Um incêndio em um orfanato matou ao menos 15 crianças nos arredores de Porto Príncipe, capital do Haiti. Segundo a agência de notícias Associated Press, o abrigo pertencia à Igreja do Entendimento da Bíblia, controversa organização cristã sediada no estado americano da Pensilvânia, que teria perdido sua licença para operar no país em 2012.

Há divergências sobre a idade das crianças: algumas fontes dizem que elas teriam entre três e 18 anos. Outras afirmam que metade dos mortos seriam bebês ou crianças pequenas — os outros teriam entre 10 e 11 anos.

O fogo teria começado por volta das 21h de quinta-feira e, segundo sobreviventes, o local estava sendo iluminado por velas dado a problemas no gerador de energia. Os bombeiros teriam levado cerca de 90 minutos para chegar ao local. Segundo um funcionário da Defesa Civil, não havia oxigênio ou ambulâncias necessárias para atender as crianças.

— Elas poderiam ter sido salvas — disse Jean-François Robenty à AP, afirmando que outros corpos ainda podem estar sob os escombros. — Nós não tínhamos os equipamentos necessários para resgatá-las.

Segundo a agência, os dois abrigos coordenados pela Igreja do Entendimento da Bíblia vinham, há anos, apresentando uma série de problemas. Em 2012, a organização perdeu seu direito de manter orfanatos no país após inspetores constatarem superlotação, condições insalubres e pessoal desqualificado para cuidar das crianças. Não está claro se o aval foi posteriormente reativado.

Repórteres da AP fizeram uma visita aos abrigos em 2013, encontrando instalações sujas, escuras e maltratadas. Os abrigos fazem parte do “programa de treinamento cristão” da organização americana, que atua no Haiti desde 1977. No ano passado, a organização arrecadou US$ 6,6 milhões e gastou aproximadamente US$ 2,2 milhões.

País mais pobre da América Latina, o Haiti passa por uma grave crise econômica política e social, agravada pelo catastrófico terremoto de 2010, que deixou mais de 200 mil mortos. O país sofre com a falta de produtos básicos e com gravíssimos problemas de infraestrutura, que dificultam ainda mais a vida da população.

15/02/2020

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