A evidência sugere que o Neandertal que deixou sua marca pode ter intencionalmente aplicado o pigmento para acentuar uma formação rochosa que se assemelha a um rosto humano. Essa prática não só demonstra uma habilidade artística, mas também indica uma capacidade simbólica, uma vez que o ato de criar algo que remete a uma representação facial implica em um nível de pensamento abstrato e comunicação deliberada.
David Alvarez Alonso, arqueólogo da Universidade Complutense de Madri, sublinha a importância da descoberta. Para ele, o fato de que a impressão é, provavelmente, de um adulto e que o pigmento é exclusivo daquele local, indica que o objeto pode ter um significado simbólico, possivelmente relacionado a rituais ou práticas culturais dos Neandertais.
Os pesquisadores ressaltam a singularidade dessa descoberta, pois não há registros semelhantes, o que a torna um objeto único na arte pré-histórica. A impressão digital não apenas oferece uma nova perspectiva sobre o que os Neandertais eram capazes de criar, como também questiona as visões tradicionais que tendem a subestimar suas habilidades cognitivas.
Além de contribuir para a discussão sobre a arte e simbolismo entre os primeiros seres humanos, essa descoberta abre um novo capítulo na compreensão do comportamento Neandertal, sugerindo uma complexidade cognitiva que antes era menosprezada.
Essa impressão digital é um marco que nos permite refletir sobre as capacidades de nossos ancestrais e a evolução da arte humana, além de nos fazer questionar quantas outras facetas culturais desses grupos ainda estão por ser reveladas.