O diretor da Associação Brasileira de Medicina do Tráfego (Abramet), Aquilla Couto, destacou a experiência de Belo Horizonte, onde a implantação do mototáxi resultou em um aumento de 22% nas internações em seis meses, em comparação com a média nacional. Além disso, as motos representam 28% da frota nacional e são responsáveis por 55% das internações no SUS. Couto ressalta que, independente do uso do mototáxi, todos serão afetados por essa medida.
A professora titular de fisiatria da FMUSP e idealizadora da Rede Lucy Montoro, Linamara Rizzo Battistella, levanta questões importantes sobre a segurança e impacto do mototáxi na saúde pública. Ela destaca que a cidade de São Paulo não está preparada para esse tipo de serviço, considerando a falta de infraestrutura viária adequada e a ausência de uma educação eficaz no trânsito.
Linamara também alerta para os riscos enfrentados pelos passageiros do mototáxi, evidenciando que equipamentos de proteção não são suficientes para garantir a segurança dos mesmos. Ela ressalta que, mesmo em um cenário ideal, com todas as normas de trânsito respeitadas, o risco de acidentes permanece alto devido à natureza instável da condução de motocicletas.
Diante desse contexto, a especialista enfatiza a importância de uma intervenção do Estado para regular o serviço de mototáxi e garantir a segurança de todos os envolvidos, ressaltando que essa não é apenas uma questão individual, mas que afeta toda a sociedade. A preocupação com a saúde pública e a segurança no trânsito são pontos cruciais a serem considerados antes de permitir a implementação do mototáxi em São Paulo.