Impacto das Eleições nos EUA: Cuba Enfrenta Análise sobre a Possível Continuidade ou Endurecimento da Política Americana em Relação à Ilha



Cuba observa atentamente o cenário político dos Estados Unidos, especialmente com a proximidade das eleições que determinarão o futuro presidencial. O impacto dos próximos quatro anos de governo americano nas relações entre os dois países promete ser significativo, influenciando não apenas a dinâmica interna da ilha, mas também suas interações no sistema internacional. Especialistas em relações internacionais e história costumam afirmar que as decisões tomadas na Casa Branca repercutem diretamente em Havana, e a expectativa é de que, independente de quem seja eleito, as mudanças estabelecidas até o momento possam resultar em consequências imediatas, ainda que sutis.

O acadêmico Ernesto Domínguez, doutor em ciências históricas e professor na Universidade de Havana, sugere que a vitória de Donald Trump representaria uma continuidade ou até mesmo um endurecimento da estratégia de “pressão máxima” sobre Cuba. Essa abordagem, que já foi utilizada durante sua administração anterior, visa afirmar a influência dos Estados Unidos sobre a ilha, especialmente considerando o número significativo de votos dos cubano-americanos na Flórida, estado chave nas eleições. Para Trump, essa política é vista como um meio eficaz para mobilizar esse eleitorado, que atualmente tem se mostrado majoritariamente inclinado ao Partido Republicano.

Por outro lado, caso Kamala Harris, a atual vice-presidente, assuma a presidência, Domínguez prevê um tratamento mais brando em relação à Cuba, com pequenas flexibilizações em algumas áreas. Contudo, ainda assim não se espera uma reabertura total das relações, especialmente levando em conta que nem Biden nem Harris articulam uma agenda de reconciliação abrangente.

O panorama político traçado pelos especialistas indica que o espectro de possibilidades é restrito. Mudanças devem ocorrer mais no nível da estratégia do que em políticas fundamentais. Não há previsão de que se retorne ao modelo de aproximação estabelecido durante o governo de Barack Obama, e medidas como o reconhecimento total do governo cubano ou a revogação completa das sanções parecem improváveis.

Além disso, o pesquisador Guillermo Suárez Borges complementa essa análise, afirmando que, independentemente do vencedor, as expectativas de uma relação construtiva entre Cuba e os Estados Unidos permanecem baixas, principalmente em virtude da atual política externa que prioriza a pressão sobre a ilha. Portanto, os próximos quatro anos prometem ser de continuidade política, com nuances nas abordagens, sem significativas mudanças nas relações entre os dois países, onde o controle sobre Cuba continuará sendo um objetivo estratégico dos Estados Unidos.

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