O influenciador em questão se apresentava como um especialista na importação de smartphones e promovia uma suposta economia de impostos. Ele ensinava seus seguidores a realizar compras em sites estrangeiros, buscando evitar o pagamento dos tributos devidos, prática que configura crimes como descaminho e falsidade ideológica. A Receita Federal, no decorrer das investigações, descobriu que a base de seguidores do influenciador alcançava cerca de 650 mil pessoas no Instagram e 250 mil no YouTube. Por meio dessas plataformas, ele direcionava seus seguidores para sites parceiros no exterior, prometendo a aquisição de smartphones sem a incidência de impostos.
Os lucros provenientes dessas atividades ilícitas permitiram ao influenciador manter um estilo de vida luxuoso, ostentando carros de alto valor e mansões. Entretanto, muitos de seus seguidores não tiveram o mesmo sucesso; alguns tiveram seus produtos apreendidos pela Receita Federal, resultando em diversas reclamações e prejuízos para esses consumidores.
A Operação IFRAUD mobilizou agentes em várias cidades, incluindo São Paulo, Sorocaba, Arujá, Itu, Guarulhos, Barueri e Maceió. Ao todo, foram cumpridos oito mandados de busca e apreensão, com o objetivo de identificar outros envolvidos no esquema e coletar provas das fraudes. As autoridades esperam que o material apreendido contribua para elucidar o caso e levar à responsabilização dos criminosos.
Os envolvidos poderão ser acusados de uma série de crimes, incluindo lavagem de dinheiro, evasão de divisas, descaminho, associação criminosa e falsidade ideológica. Além das penalidades criminais, a Receita Federal pretende implementar medidas rigorosas para intensificar a fiscalização e prevenir novas fraudes. Parte dessas ações inclui a inclusão dos dados dos beneficiários das fraudes em seus sistemas de gerenciamento de risco.
A operação contou com a participação aproximada de 25 auditores-fiscais e analistas-tributários da Receita Federal, bem como 35 policiais federais. Com uma ação coordenada e enérgica, as autoridades esperam enfraquecer esse tipo de crime que prejudica tanto os cofres públicos quanto a concorrência leal no mercado de eletrônicos.