Em meio a terríveis tragédias que nos chocam e nos emocionam, o resgate dos corpos daqueles que se vão passa pela identificação dos mesmos, muitas vezes com grandes dificuldades, com ajuda dos familiares e amigos, com identificação de objetos, roupas, características e sinais do corpo. Mas, e quando essa identificação visual não é possível?
Acidentes e incêndios, além de provocarem perdas materiais imensas, levam à carbonização dos corpos, impedindo que se faça a identificação simples, devendo-se utilizar outros recursos. Quando os exames de DNA ou a identificação das digitais tornam-se impossíveis, entra em ação a “odontologia forense”, responsável pela identificação dentária do cadáver. Os dentes são resistentes às modificações por agentes químicos e pelo calor, sendo o esmalte dentário a substância mais rígida do corpo humano.
Para a identificação dos cadáveres, além de amostras de DNA, os investigadores forenses se utilizam dos registros dos dentistas dos indivíduos, podendo ser também radiografias, modelos, fotos. Nesse aspecto, a identificação é feita pelo número de dentes, sua posição, alterações congênitas ou adquiridas, restaurações, próteses, implantes, fraturas, desgastes, cáries. As vítimas de incêndio são identificadas por sua arcada, resistentes a aproximadamente 1000 graus Celsius.
Daí também a importância da guarda dos documentos e exames de cada paciente, pelo dentista e mesmo pelo próprio paciente ou responsável.
O dentista forense também atua na área criminal, podendo ser solicitado para identificação de vítimas ou de criminosos, por exemplo, na caracterização de mordidas na vítima. Dependendo do tipo dessa mordida e com auxílio de fotos, moldagens e radiografias, pode-se perceber a falta de dentes ou o tamanho dos mesmos, entre outras características.
Trata-se de um profissional extremamente responsável e dedicado, com uma atividade difícil, atuando em momentos e circunstâncias desfavoráveis, mas que trás às famílias envolvidas alívio e conforto.
Saúde Bucal
15/12/2016