Durante os trabalhos de busca e identificação, os bombeiros encontraram um fêmur com prótese a aproximadamente dois quilômetros do hotel onde Maria estava hospedada. Após exames minuciosos, as autoridades confirmaram que os restos mortais pertenciam à vítima, reforçando a dor e a angústia que os familiares das vítimas enfrentam ao longo de tantos anos.
A tragédia de Brumadinho foi um marco sombrio na história do Brasil, sendo uma das mais graves catástrofes relacionadas à mineração no país. O colapso da barragem da mineradora Vale liberou cerca de 10 milhões de metros cúbicos de rejeitos, que devastaram o centro administrativo da empresa e arrasaram a vida de milhares de pessoas ao longo do leito do ribeirão Ferro-Carvão e do rio Paraopeba. Naquela fatídica tarde, a lama tóxica tomou conta de propriedades rurais, pousadas e comunidades inteiras, causando uma devastação sem precedentes. Os registros apontam que 272 vidas foram perdidas nesse desastre, e ainda restam dois desaparecidos cujos restos mortais não foram localizados até hoje.
Cerca de quatro anos antes do colapso em Brumadinho, o Brasil já havia enfrentado outro grande desastre ambiental em Mariana, onde o rompimento de uma barragem gerou a morte de 19 pessoas e causou danos irreversíveis ao rio Doce. A sucessão de tragédias levanta questões cruciais sobre a segurança das barragens e a responsabilidade das empresas de mineração em proteger vidas e o meio ambiente. A identificação de Maria de Lurdes é um lembrete doloroso de que, apesar do tempo, a busca por justiça e a necessidade de lembrar aqueles que foram perdidos ainda são um foco central para as famílias das vítimas e para a sociedade como um todo.