Jefferson Mariano, analista socioeconômico do IBGE, atribui essa preferência ao contexto financeiro da população. O analista destaca que, no final do ano, muitos trabalhadores recebem o 13° salário, o que aumenta a disponibilidade de recursos e influencia a decisão de se casar. “As pessoas acabam tomando essa decisão em um momento em que suas finanças estão melhores, tornando o casamento uma possibilidade mais viável”, comenta Mariano. Vale ainda ressaltar que, segundo ele, a ideia de maio como o mês das noivas não reflete a realidade estatística, uma vez que a preferência pelo final do ano vem sendo uma constante nas análises históricas.
O censo também apresentou uma lista dos meses que concentram o maior número de casamentos, com novembro e setembro seguindo dezembro em popularidade. Entre os meses mais procurados, maio aparece em uma modesta quinta posição, com 19.460 casamentos registrados.
A fama de maio como o mês das noivas pode ser atribuída a fatores culturais e religiosos. A data é tradicionalmente dedicada a Maria, mãe de Jesus, e, muitas vezes, associada ao charme da primavera no hemisfério norte, que se traduz em um cenário romântico com flores e temperaturas agradáveis. No Brasil, o clima de maio é marcado por temperaturas mais amenas e menor incidência de chuvas, favorecendo casamentos ao ar livre.
Por outro lado, o censo também sinaliza um aumento nos divórcios no estado de São Paulo. Em 2022, foram registrados 121.804 divórcios, número que subiu para mais de 125.800 em 2023. A média de duração de um casamento antes da separação é de 13,3 anos, com quase 50% dos casais se separando antes de atingirem os 10 anos de união. Esses dados refletem um panorama complexo sobre as relações conjugais, onde os sonhos e desafios andam lado a lado na trajetória dos casais.