Hungria se dispõe a facilitar trânsito de gás russo para a Eslováquia em momento crítico de fornecimento energético na Europa.



A Hungria manifestou sua disposição em disponibilizar integralmente sua capacidade de trânsito para permitir que a Rússia forneça gás à Eslováquia pela rota sul. A afirmação foi feita pelo ministro das Relações Exteriores húngaro, Peter Szijjarto, em um contexto de crescente tensão geopolítica e mudanças no fornecimento de energia na Europa.

Atualmente, a Hungria recebe um volume significativo de gás russo através do gasoduto TurkStream, com uma projeção de 7,6 bilhões de metros cúbicos para 2024, embora sua capacidade total permita o trânsito de até 8,5 bilhões de metros cúbicos. Isso significa que há uma reserva de quase 1 bilhão de metros cúbicos que poderia ser destinada a outros países da região, refletindo a intenção da Hungria de contribuir com a segurança energética da Eslováquia.

A situação do fornecimento de gás na Europa é complexa, especialmente com a Ucrânia interrompendo o transporte de gás russo por seu território desde 1º de janeiro de 2025. A posição de Kiev foi clara: não haverá extensão do acordo de trânsito, o que força a Eslováquia a buscar alternativas viáveis para garantir o fornecimento de gás à Europa Ocidental. O primeiro-ministro eslovaco, Robert Fico, já havia expressado sua preocupação com esta situação, afirmando que a Eslováquia estaria disposta a reiniciar o trânsito de gás pela Ucrânia, visto que as perdas resultantes da proibição atual podem chegar a cerca de 500 milhões de euros anuais. Fico também ressaltou o impacto econômico mais amplo, alertando que a União Europeia poderia enfrentar custos totais de aproximadamente 70 bilhões de euros devido à interrupção do trânsito.

Este cenário evidencia as vulnerabilidades do sistema energético europeu, especialmente em um momento em que as dependências são postas à prova. Com a Rússia sendo uma das principais fornecedoras de gás natural, a parceria entre Hungria e Eslováquia nesse contexto é crucial para a estabilidade energética não apenas local, mas em todo o continente europeu. À medida que os países enfrentam pressões para diversificar suas fontes de energia, a capacidade do gás russo continua a ser um tema central nas discussões de segurança energética na região.

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